We Were Liars, E. Lockhart
O TikTok anda a ter muito tempo de antena na minha vida, mas foi também graças a esta rede social que descobri o We Were Liars, de E. Lockhart. Todos os vídeos que vi diziam que era impossível ler este livro sem ficar em modo destruição total no fim, pelo que pensei: “ora aqui está uma premissa que é a minha cara”.
A narrativa leva-nos ao seio da família Sinclair, uma família tão rica que tem a sua própria ilha privada, onde um pai constrói uma casa para cada uma das suas três filhas passar férias. Os netos mais velhos da família (e o sobrinho do namorado de uma das tias) criam um grupo inseparável chamado “The Liars”. Juntam-se todos os Verões desde que se lembram e são muito chegados, pelo menos durante os meses de férias.
We are liars. We are beautiful and privileged. We are cracked and broken.
Cadence, a neta mais velha, é a narradora deste livro e percebemos desde o início que teve um acidente qualquer no 15º Verão passado na ilha. Ela própria não se lembra do que aconteceu, como consequência de uma amnésia causada pelo trauma. Os médicos aconselham a mãe a deixá-la chegar lá sozinha, uma vez que sempre que alguém lhe reconta os acontecimentos, ela acaba por esquecer-se de novo. Dois anos depois, após um interregno nas férias passadas em família, Cadence regressa para tentar descobrir o que aconteceu.
We Were Liars é um livro pequeno e que nos prende assim que começamos, por isso é perfeitamente fazível lê-lo num dia ao fim-de-semana, por exemplo. Se há livro para ler de uma assentada, é este; porque quanto mais tempo demorarem a ler, mais vão criar cenários e teorias na vossa cabeça e, muito provavelmente, vão tentar adivinhar o fim e estragar a possibilidade de serem surpreendidos como se um autocarro vos tivesse acertado em cheio no meio dos olhos. Não façam isso, que a magia deste livro é mesmo essa. (Sim, Joana da Silva, estou a falar de ti!).
Se é um livro perfeito? Hell no. Se precisa de ser? Também não. Eu não quero dizer-vos muito mais porque acho que este é daqueles que vale a pena ser lido de mente em branco, mas posso garantir que quem aprecia dramas familiares vai gostar deste livro. Posto isto, quem desse lado já leu ou já tinha ouvido falar?