Tudo aquilo que não sou
Saiu, no outro dia, a entrevista que dei ao site Viver Mais e Melhor. Depois de ver o resultado final (podem lê-lo também aqui), fiquei a pensar sobre tudo aquilo que não sou. Desde cedo que aprendi a definir-me também pela negativa: não apenas através daquilo de que gosto, mas daquilo que não gosto; não apenas do que quero, mas sobretudo do que não quero.
Acredito que não há mal nenhum em não sabemos bem o que queremos. Quando assim é, as possibilidades são infinitas e estão sempre abertas à nossa frente, como estradas à espera de serem desenhadas. O caso muda de figura quando não definimos bem aquilo que não queremos, porque - pelo menos para mim - isso é parte essencial da minha identidade.
Sobretudo neste mundo dos blogs, percebi que não sou tudo aquilo que é suposto resultar ou que é vendável. Nunca quis influenciar pessoas, nunca quis ser conhecida e até o simples facto de ir a eventos é contra a minha personalidade. Ligo zero a maquilhagens, roupas e acessórios. Não sei distinguir a Moda Lisboa do Portugal Fashion e, se alguma vez me virem num desses sítios, é porque me esqueci dos óculos e não sei onde estou. Tenho pouca paciência para fretes e para egos e, na maioria das vezes, não consigo disfarçar o desconforto.
Mas também sei que sou isto: sou as palavras que escrevo e as histórias que gosto de partilhar. Sou uma vontade genuína de conversar convosco, de ler e responder aos vossos comentários, de trocar ideias e sugestões. E enquanto assim for, quero lá saber do resto.