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Rita da Nova

Ter | 24.10.23

These Precious Days, Ann Patchett

Estamos em Outubro de 2023 e eu acho que descobri a minha paixão literária deste ano. Depois de ter devorado o audiolivro do romance Tom Lake, decidi dar uma oportunidade à escrita de Ann Patchett no formato de crónicas e acho que ainda fiquei mais apaixonada pela escritora. Optei, mais uma vez, pelo formato áudio (e este é narrado pela própria autora), mas gostei tanto que já fui comprar a versão física.

 

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These Precious Days é a segunda coletânea de crónicas de Ann Patchett, onde, embora explore uma série de temas, acaba sempre com um pezinho na escrita e na sua vida enquanto escritora. É um livro bastante íntimo, que depende das experiências da autora para uma reflexão mais aprofundada sobre amizade, amor, escrita, propósito. Acho sempre de uma generosidade enorme quando um escritor opta por partilhar partes da sua vida privada, para que compreendamos melhor a sua escrita e os temas que aborda na ficção — e quando isso é feito com uma escrita poética, melhor ainda ainda.

 

A crónica que dá o título ao livro, These Precious Days, conta a história de como Ann Patchett conheceu Sooki, a assistente de Tom Hanks, e de como as duas criaram uma amizade forte já em idade adulta, enfrentando várias adversidades juntas. Em Three Fathers, dá a conhecer os três pais que teve — o biológico e os dois maridos da mãe — e mostra como cada um deles foi fundamental para o seu crescimento enquanto pessoa e escritora. There Are No Children Here é um texto importante sobre a escolha de não ser mãe e as vezes em que precisou de se confrontar publicamente com essa decisão. Cover Stories recordou-me da importância de, enquanto escritora, tomar as rédeas dos meus livros muito para além do seu conteúdo (a capa, a revisão, a maneira como é comunicado); e, por fim, Two More Things I Want to Say About My Father emocionou-me bastante, já que Ann Patchett partilha com os leitores algumas das partes mais importantes da relação com o pai.

 

Having someone who believed in my failure more than my success kept me alert. It made me fierce. Without ever meaning to, my father taught me at a very early age to give up on the idea of approval. I wish I could bottle that freedom now and give it to every young writer I meet, with an extra bottle for the women. I would give them the ability both to love and not to care.

 

Falei-vos de apenas cinco crónicas deste livro, provavelmente porque foram as que mais me marcaram, mas posso garantir que estão todas muitíssimo bem escritas — e que cimentaram a minha admiração pela autora. Terminei o livro a sentir que quero ser mais como ela no futuro, o que só pode ser bom sinal. Já fiz o download de This Is the Story of a Happy Marriage, o primeiro livro de crónicas que publicou e, brevemente, quererei ler The Dutch House (PT: A Casa Holandesa).

 

Também têm paixões literárias recentes? Quais são?

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