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Rita da Nova

Ter | 26.03.24

The Storied Life of A.J. Fikry, Gabrielle Zevin

Não é segredo para ninguém que tive uma experiência pouco positiva com Tomorrow, and Tomorrow, and Tomorrow, de Gabrielle Zevin — um livro que pareceu resultar para toda a gente menos para mim. Acreditando que o enredo era grande parte do motivo para não ter gostado, decidi dar uma nova oportunidade à autora. O que é que concluí? Que possivelmente não é mesmo para mim.

 

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Mas vamos por partes: The Storied Life of A.J. Fikry conta a história de A.J. Fikry, o maldisposto dono de uma livraria, a única na ilha onde o livro se passa. A.J. mudou-se para lá por causa da mulher, que infelizmente faleceu uns anos depois. A certa altura e mais ou menos ao mesmo tempo: é-lhe roubado um livro muito raro, conhece a nova representante comercial de uma editora e recebe uma “encomenda” muito especial. Estão reunidas as condições para que a vida deste homem mude.

 

Para não vir logo com a apreciação negativa, devo dizer que gostei um pouco mais deste livro do que de Tomorrow, and Tomorrow, and Tomorrow — pelo menos não me pareceu ter tantos problemas de ritmo. A narrativa avança de forma mais ou menos consistente, embora nem sempre seja fácil de compreender os saltos temporais que a autora faz. Também gostei das referências a contos que são feitas no início de cada capítulo e que, de certa forma, acabam por estar relacionadas com o que se vai passar na história.

 

We are not quite novels.
We are not quite short stories.
In the end, we are collected works.

 

Mas, infelizmente, foi mesmo só isso. As personagens — como já tinha sentido com o outro livro — são caricaturas exageradas de um certo tipo de personalidade. Atenção: embora não seja realista e não seja o meu tipo de livro favorito, eu não me importo nada quando as personagens resolvem muito bem os seus problemas e no fim acaba tudo bem. Importo-me, isso sim, quando as personagens e os enredos não têm qualquer tipo de profundidade emocional, quando puxam à lágrima com mecanismos básicos e tontos. É-nos dada muita informação sobre todas estas pessoas, mas nunca me fez realmente querer torcer por nenhuma delas.

 

Tenho de admitir que Gabrielle Zevin não é mesmo para mim. Afinal, se um livro cheio de referências a livros não conseguiu chegar lá, dificilmente outra história dela vai corresponder àquilo que normalmente procuro numa leitura. Ora contem-me lá: já leram este livro? O que acharam?

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