The Prisoner, B. A. Paris
A minha primeira experiência com B. A. Paris veio na sequência de um episódio do Livra-te, quando tivemos a Lénia Rufino como convidada para nos falar de thrillers. Behind Closed Doors, de que já vos falei aqui pelo blog, foi uma das recomendações dela para nós e eu fiquei completamente agarrada ao livro logo a partir do primeiro capítulo.
Por isso, quando vi que The Prisoner estava a um preço jeitoso na loja do Kobo, decidi dar-lhe uma oportunidade na esperança de que me viciasse tanto quanto o outro. E embora se leia bastante bem, uma vez que os capítulos são curtos e estão montados de forma a que queiramos sempre saber o que vai acontecer a seguir, a verdade é que não foi — nem de perto, nem de longe — semelhante à experiência que tive com Behind Closed Doors.
O livro é contado alternadamente entre presente e passado, e começa com o rapto de Amelie, uma jovem órfã que foge de Paris quando fica sozinha e, em Londres, consegue construir uma vida. A protagonista acorda numa sala escura e percebe que a prenderam — não tendo a certeza de quem está por detrás desta captura, começa a sentir-se mais segura ali do que junto do marido Ned. A premissa até parecia interessante, mas não sinto que a autora tenha sido capaz de criar o mesmo terror psicológico que senti com o primeiro livro que li dela.
We aren’t remembered for long after our deaths, only by those who carry us in their hearts.
É certo que B. A. Paris parece ter tendência a escrever thrillers que se passam essencialmente na dinâmica de casais — e não há mal nenhum nisso —, mas aqui nem Amelie e Ned são propriamente um casal, nem as personagens e os acontecimentos estão construídos de uma forma que pareça assim tão credível. Até pode ser um page turner, mas mais porque é um livro bastante fácil de ler, onde acontecem mil e uma coisas. Se depois essas coisas estão bem encadeadas umas com as outras e fazem sentido para a história? É outra questão.
Não sinto que tenha sido uma perda de tempo, porque entreteve, mas o veredicto final é o de que The Prisoner está a anos-luz de Behind Closed Doors — por isso, se ainda não se aventuraram nos livros desta escritora, comecem antes por esse (PT: Ao Fechar a Porta). Que outros thrillers psicológicos me recomendariam?