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Rita da Nova

Qua | 03.03.21

The Black Flamingo, Dean Atta

Andava eu pelo TikTok quando descobri The Black Flamingo, de Dean Atta. Sinto que esta podia ser uma introdução para quase todos os meus posts ultimamente, mas esta rede tem sido mesmo uma boa fonte de inspiração para mim, a vários níveis. A rapariga que falou nele disse que era muito rápido e fácil de ler, bom para se ler entre livros maiores e que era uma das coisas mais amorosas que tinha lido ultimamente. Claro que fui a correr à loja do Kobo e, estando a 4€, não deu para não comprar. 

 

the-black-flamingo-dean-atta.jpg

 

Li-o de uma assentada num domingo, depois de ter terminado o que estava a ler na altura. Apetecia-me continuar a ler, mas não necessariamente começar a estar investida numa narrativa nova e demorada. Este livro é escrito em pequenos poemas, escritos para serem lidos no seguimento uns dos outros, com ilustrações que acompanham e ajudam a dar ênfase aos sentimentos que o autor quer transmitir. 

 

Conta-nos, na primeira pessoa, a história de Michael – uma criança (mais tarde adolescente e adulto), filho de uma mãe cipriota grega e de um pai jamaicano, a viver em Londres. Para além de ser um livro sobre raça e ter-se várias origens ao mesmo tempo, é também um livro sobre descoberta e aceitação da nossa própria sexualidade, sobre termos a capacidade de nos definirmos como algo inteiramente novo, que mais ninguém é. Mas, apesar de ser sobre tudo isto e mais algumas coisas, é também uma perspectiva inspiradora e tranquila sobre estes temas. 

 

Don’t.

Don’t come out unless you want to. Don’t come out for anyone else’s sake. Don’t come out because you think society expects you to.

Come out for yourself.

Come out to yourself.

Shout, sing it.

Softly stutter.

Correct those who say they knew before you did.

That’s not how sexuality works, it’s yours to define.

 

Fiquei muito apaixonada por este livro, achei-o muito querido e quero muito que muita a gente o leia. Às vezes, a melhor forma de nos confrontarmos com preconceitos é mesmo conhecer histórias que, apesar de ficcionadas, nos deixam alerta na mesma medida em que nos inspiram e nos deixam com um mood positivo. Não sei se me consigo explicar melhor do que isto, mas, a sério, leiam este livrinho. Eu vou querer comprar e edição física para poder apreciar as ilustrações a 100%, uma vez que o Kobo é a preto e branco. 

 

Já tinham ouvido falar sobre este livro ou sobre o autor? Vi quem tem outra colectânea de poemas chamada I Am Nobody's Nigger, que vou querer certamente ler. 

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