Swimming in the Dark, Tomasz Jedrowski
Se eu acho que tenho um novo livro favorito? Sim, chama-se Swimming in the Dark e é o único livro do polaco Tomasz Jedrowski. Foi-me algumas vezes recomendado como sendo o Call Me By Your Name passado na Polónia, mas posso desde já dizer que gostei bastante mais da experiência de ler este.
O livro é uma espécie de carta de Ludwik para Janusz, recordando a forma como se conheceram, como se apaixonaram e, inevitavelmente, como acabaram por se separar. Passa-se na Polónia dos anos 80, pelo que tem todo o contexto histórico do declínio dos regime comunista, mas senti que foi apenas o suficiente para que as atitudes e decisões das personagens façam sentido.
This is how I lived back then– through books. I locked myself into their stories, dreamt of their characters at night, pretended to be them. They were my armour against the hard edges of reality. I carried them with me wherever I went, like a talisman in my pocket, thinking of them as almost more real than the people around me, who spoke and lived in denial, destined, I thought, to never do anything worth recounting.
Além da escrita, que é incrível, aquilo de que mais gostei foi a forma como as duas personagens têm perspectivas tão diferentes em relação à vida e ao futuro — apaixonando-se, torna-se claro que esse amor não durará para sempre. Nesse sentido achei, sim, o livro parecido com Call Me By Your Name, uma vez que explora a força dos primeiros amores, mas também a dor que advém do seu fim. Não chega a ter 200 páginas, o que só vem mostrar que os livros não têm de ser enormes para conseguirem realmente passar uma mensagem e para nos embrenhar na escrita dos autores.
Little sparks cause fires too.
Há muito tempo que não me acontecia ter vontade de reler um livro mal tinha acabado de o ler pela primeira vez, o que só mostra o quão apaixonada fiquei por esta história. Já tinham ouvido falar? Foi traduzido recentemente para português — fico muito feliz, assim mais pessoas poderão amar este livro como eu amei.