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Rita da Nova

Sex | 05.08.22

Summer, Ali Smith

Cheguei oficialmente ao final do quarteto de livros de Ali Smith dedicado às estações do ano. Se acompanham as reviews aqui pelo blog saberão que comecei pelo Autumn e segui a ordem natural das estações — o Winter foi a minha primeira escolha para o Clube do Livra-te, o Spring acompanhou-me na viagem à Islândia e, agora, o Summer foi lido no pico do calor.

 

summer-ali-smith.JPG

 

Neste volume, que foi o último a ser escrito, percebemos finalmente como é que todas as histórias que Ali Smith nos foi contando se cruzam. Encontramo-nos com Daniel e Elizabeth que protagonizam Autumn, seguimos caminho com Art e Charlotte, e conhecemos Sasha e Robert, dois irmãos que não deixam nada a desejar nesta colecção de personagens que a autora nos faz conhecer tão bem ao longo de quatro livros.

 

Por ser o mais recente, é também o mais actual de todos estes romances sazonais: Ali Smith integra muito bem o aparecimento da pandemia e o primeiro isolamento na narrativa — sem que isso seja necessariamente o foco da história. Fala também de outros acontecimentos da altura, como o movimento Black Lives Matter, reforçando a ideia que já tinha dela: a de que escreve essencialmente sobre o que se passa à sua volta, e sempre com um olhar muito crítico.

 

And summer's surely really all about an imagined end. We head for it instinctually like it must mean something. We're always looking for it, looking it, heading towards it all year, the way a horizon holds the promise of a sunset. We're always looking for the full open leaf, the open warmth, the promise that we'll one day soon surely be able to lie back and have summer done to us; one day soon we’ll be treated well by the world. Like there really is a kinder finale and it's not just possible but assured, there's a natural harmony that'll be spread at your feet, unrolled like a sunlit landscape just for you. As if what it was always all about, your time on earth, was the full happy stretch of all the muscles of the body on a warmed patch of grass, one long sweet stem of that grass in the mouth.
Care free.
What a thought.
Summer.

 

Pareceu-me também, dos quatro, o livro que menos conseguiu passar a sensação da estação — neste caso, o Verão. Embora se explorem Verões passados de diferentes personagens, sinto que foi aquele que menos me transportou para os dias típicos da época do ano. De qualquer das maneiras, gostei muito de como embrulhou todas as histórias e as fechou, pelo que gostei muito de o ler. Há desse lado quem já tenha chegado ao vim da tetralogia? Se sim, o que acharam? Deste lado, o favorito destacado continua a ser o Autumn.

3 comentários

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    Rita da Nova

    10.08.22

    É um final tão bom para todas as histórias que fomos conhecendo, não é? Percebo a tua perspectiva, mas talvez por parecer a estação mais simples seja até a mais complicada de explorar na escrita — a "morte" associada ao Outono, a melancolia do Inverno e o renascimento da Primavera se calhar são mais óbvios. De qualquer das formas, gostei mesmo muito e acho que tu vais adorar o Companion Piece — não indo buscar nada do quarteto, é super actual!
  • Vou aceitar a sugestão, mais um para a TBR . Como se aquele podcast infame não fizesse já o suficiente. Ainda bem que está de férias .
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