Restaurantes // Prado
A expressão “do prado ao prato” nunca fez tanto sentido como aqui, no Prado, o restaurante aberto pelo chef António Galapito - que é assim uma espécie de jovem-revelação nestas lides gastronómicas. Construído num edifício que já deu espaço a uma fábrica de conservas, é fácil sermos transportados para a natureza mal entramos neste restaurante.
Estava desde que abriu na minha wishlist de restaurantes, mas decidi esperar e oferecer um almoço lá ao Guilherme pelo aniversário. Sabia que ambos íamos gostar da experiência, mas não estava à espera de ficar tão rendida a este projecto. Se eu tivesse que escolher uma palavra para descrever a experiência no Prado, seria simplicidade. Porque realmente tudo parece simples e fácil, ali. Ora vejamos: é tão simples como escolher apenas ingredientes portugueses e da época; tão simples como ter uma carta de vinhos exclusivamente naturais e orgânicos; tão simples como mudar a carta consoante mudam os ingredientes disponíveis no dia.
“O lombo de atum hoje está delicioso, já provei e recomendo muito”, disse-nos a rapariga que nos recebeu. Pois é, tão simples quanto isto: um atendimento personalizado e simpático. É claro que seguimos a recomendação, mas antes disso pedimos outras duas coisas para começar: o Pão de trigo Barbela da Gleba (que OH MEU DEUS, QUERO CASAR COM ESTE PÃO) e dois Tártaros de Barrosã e Couve Galega Grelhada, muito frescos e diferentes.
As doses não são muito grandes e explicaram-nos que a carta não é dividida em momentos. Cada um pode construir a refeição como quiser, sendo que aconselham vivamente a partilhar. Foi isso que fizemos: pedimos um prato de Espargos Verdes com Requeijão e Azedas, um Boi com Rabanetes e o Lombo de Atum. Não consigo mesmo dizer-vos qual o meu favorito, o que só pode ser bom sinal.
Apesar de ter partido para este almoço quase às cegas relativamente ao que ia comer no Prado, sabia que queria muito experimentar uma sobremesa - o Flan de Café com Avelãs. Amei! Era mesmo, mesmo, mesmo boa - o pudim não era muito doce, o que liga muito bem com o caramelo e o crocante das avelãs.
Bem sei que foi um presente para o Guilherme, mas eu também encarei este almoço como uma prenda para mim. É certo que não é uma refeição barata, mas acreditem que para a qualidade da comida e a preocupação com os ingredientes, achei até bastante mais em conta do que esperava. Num dia em que vos apeteça celebrar, é este o sítio.
Quem já conhecia o Prado? Ficaram com curiosidade?