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Rita da Nova

Sex | 31.05.19

Restaurantes // ISO Lisboa

Já era para vos ter escrito sobre o ISO na semana passada, mas depois atravessaram-se uma série de outros assuntos e eu preferi deixar para uma altura mais calma. Isto porque o ISO é um daqueles espaços para descobrir com calma e tempo - aliás, vão ver pelas fotografias deste post que chegámos ainda de dia e saímos de lá quando já tinha escurecido.

 

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Sou apologista de jantar cedo, mas quando um espaço é confortável e convidativo, não tenho problema nenhum em ir ficando até olhar para o relógio e perceber que a hora a que gosto de me deitar já passou há muito. Foi assim no ISO e é por isso que acho que devem ir munidos de disponibilidade para o descobrir. Esta disponibilidade não é apenas de tempo: o ISO não é um restaurante propriamente barato para o dia-a-dia, mas não é excessivamente caro para uma refeição mais especial.

 

Mal nos sentámos perguntaram-nos se queríamos escolher ou se preferíamos ficar nas mãos do Chef. Eu sou sempre por esta última opção, uma vez que descubro mais facilmente novos sabores e formas de cozinhar do que se escolher - nesse caso vou sempre para as coisas que estou habituada a comer. Comprovei esta minha teoria mal nos colocaram dois cocktails à frente, sendo que o Goan foi o que fez mais sucesso. É um dos cocktails de assinatura do restaurante e é meio picante - ideal para contrabalançar com a selecção de pães (trigo barbela, alentejano e de queijo da ilha) e de manteigas (normal, café e caril vermelho) que trouxeram ao mesmo tempo.

 

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Antes de começarmos a sério, a cozinha preparou um amuse bouche muito fresquinho: uma Salada de Choco aromática e muito diferente do normal. Só depois chegou, então, a primeira entrada (e a minha favorita): Vieiras salteadas, puré de ervihas, crocante de ananás e espuma de beterraba. Para além de delicioso, é um prato bonito pela conjugação de cores.

 

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A segunda entrada é algo que eu nunca pediria - Foie gras salteado, couve flor caramelizada com ras el hanout e pickle da mesma e laranja em calda. Não sou a maior fã de nenhum dos ingredientes deste prato e, por isso, foi uma grande surpresa. Foi apenas o ISO a provar que basta que os ingredientes sejam bem cozinhados para que passemos a gostar mais deles.

 

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De pratos principais chegaram-nos dois, um de peixe e outro de carne. Primeiro, como manda a regra, provámos o Salmonete com molho holandês de estragão, vegetais da horta e cheróvia frita. Gostei bastante de toda a combinação, mas infelizmente o peixe sabia demasiado a mar para mim - não é culpa do restaurante, eu é que sou mais sensível a tudo o que tenha um sabor intenso a mar. Já o Filé do lombo maturado (durante 21 dias) em redução de vinho do Alentejo, musseline de salsifi, bosque de alho francês e batata vitelotte estava irrepreensível.

 

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Para terminar esta (já longa) refeição, nada como uma sobremesa pequena, mas poderosa. Trata-se de um Pudim Abade Priscos com vinho do Porto 30 anos, que é só assim uma mini-bomba daquelas. Mas que soube bem, lá isso soube - como aliás esta refeição tranquila e demorada.

 

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Quem desse lado já conhecia o ISO, que fica ali bem escondido junto à Casa de Goa? Se ficaram com vontade de experimentar, esperem que a esplanada seja inaugurada e aproveitem a vista e o ar livre!

 

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