Restaurantes // Café Portugal
Eu só tinha ouvido falar do Café Portugal, inserido no My Story Hotel do Rossio, porque a Luísa - a irmã do Guilherme - já lá trabalhou. Na altura éramos para ir experimentar, mas o tempo passou, ela saiu de lá e nós nunca mais nos lembrámos. Na sexta-feira passada apetecia-nos um jantar tranquilo a dois e acabámos por ir lá parar.
Fora a comida (já lá vamos, seus lambões), aquilo de que mais gostei neste restaurante é, ao mesmo tempo, a sua maior fraqueza. Apesar se se situar em plena Praça do Rossio, está tão escondido que só lá vamos dar se soubermos que existe (ou se estivermos hospedados no hotel). É preciso subir um andar para dar com a sala do Café Portugal, que ocupou o espaço de um estabelecimento antigo com o mesmo nome.
Dá-nos logo vontade de ficar ali durante algum tempo, a desfrutar do espaço e da vista privilegiada que tem do Rossio. Se tiverem oportunidade, peçam para ficar numa mesa junto à janela como nós ficámos. Há, por todo o lado, aproveitamentos da decoração da época sem esquecer que é preciso inovar e dar um toque mais moderno - tudo com muito bom gosto e sem misturas estranhas.
E é exactamente isso que acontece com a comida, também. Não gostaria de a resumir como “comida portuguesa com um twist ou reinventada”, porque acho que não é bem isso. Trata-se mais de um esforço por manter a nossa gastronomia actual sem ter necessidade de estragar o que já é bem feito. Como a Degustação de Entradas Portuguesas, por exemplo. Está pensada para ser dividida por duas pessoas e traz iguarias bem conhecidas: peixinhos da horta, melão com presunto, polvo em vinagrete e pataniscas de bacalhau.
A carta do Café Portugal está pensada como um elogio aos pratos típicos das regiões portuguesas e nós decidimos homenagear duas. O Guilherme viajou rapidamente até ao Alentejo com as Plumas de Porco com migas de tomate e espargos verdes grelhados e eu preferi um passeio pelo Algarve, através do Bife de Atum Braseado com cebola roxa avinagrada e batata doce assada. O prato dele estava bom, mas o meu estava de sonho!
Também nas sobremesas é possível fazer uma degustação de sobremesas conventuais - a grande especialidade da casa -, mas nós preferimos outros dois clássicos. Por um lado a Pêra Bêbada, que vem acompanhada de queijo de cabra gratinado e doce de abóbora (excelente) e a Mousse de Chocolate, aqui com abacaxi caramelizado.
Normalmente as sobremesas são o auge da experiência (pelo menos para mim), mas neste caso não foram. Não que não estivessem boas (pelo contrário), mas porque durante todo o jantar houve algo que se destacou - o atendimento. Há muito tempo que não tinha a sorte de ser atendida por pessoas tão simpáticas e tão prestáveis num restaurante, acreditem. Estiveram sempre prontos para ajudar e as recomendações foram todas au point. Obrigada, a sério.
Por acaso já tinham reparado neste espaço ou também vos passou despercebido? Quero saber!