Remarkably Bright Creatures, Shelby Van Pelt
Algumas pessoas sabem isto, mas outras não, e por isso vou dar algum contexto para perceberem porque é que Remarkably Bright Creatures, de Shelby Van Pelt, me tocou tanto. Há uns anos, vi o documentário My Octopus Teacher (está na Netflix) achando que ia ver uma coisa fofinha sobre o mundo animal. Ora, a história contada no documentário foi o início da minha obsessão com polvos — e também o motivo pelo qual eu deixei de os comer.
Por isso, quando vi este livro no Goodreads e percebi que contava a história de amizade entre um polvo em exposição num Aquário e a senhora idosa que limpa o espaço à noite, soube imediatamente que tinha de o ler. Depois de o marido morrer, Tova começa então a trabalhar no Sowell Bay Aquarium onde, aos poucos, começa a travar amizade com Marcellus, um polvo-gigante-do-Pacífico. A história é contada alternadamente entre o ponto-de-vista de alguns habitantes de Sowell Bay e o ponto-de-vista do próprio polvo, o que acrescenta uma camada bastante original ao livro.
Tova wonders sometimes if it’s better that way, to have one’s tragedies clustered together, to make good use of the existing rawness. Get it over with in one shot. Tova knew there was a bottom to those depths of despair.
Confesso que, quando comecei, não me prendeu logo e fiquei um pouco chateada por não estar a conseguir criar uma ligação tão rápida com a história, mas rapidamente comecei a apegar-me às personagens. Gostei muito da forma como as linhas narrativas se cruzam todas no final e, não sendo um livro super profundo ou intelectual, consegue a proeza de aquecer o coração de quem o lê. Ficam já a saber que acabei a lacrimejar e tudo.
Não vos dou mais detalhes sobre o enredo para não vos estragar a leitura, mas é um livro perfeito para restaurar a vossa fé na humanidade. Ainda não está traduzido para português, mas espero que esteja rapidamente — para que toda a gente possa apaixonar-se pela amizade entre Tova e Marcellus da mesma forma que eu. Despertei-vos a curiosidade?