Queenie, Candice Carty-Williams
Estava a ver um vídeo do Jack Edwards, um daqueles desafios que ele faz de ler os livros que as celebridades lêem e comentar o gosto literário delas. Neste caso era sobre as leituras da Dua Lipa que, estranhamente, são muito dentro do meu género. Lá no meio estava Queenie, de Candice Carty-Williams, um livro que tinha comprado no Kobo há imenso tempo.
Mais ou menos na mesma altura, soube que a adaptação para série vai sair este ano, por isso achei que estavam reunidos todos os sinais do universo para que eu pegasse finalmente neste livro. E é assim: que coisa divertida e emocional ao mesmo tempo. Queenie tem 25 anos, é britânica com origens jamaicanas, e tem a vida virada do avesso — o namorado pediu-lhe “uma pausa”, mas ela não sabe bem quando é que essa pausa termina ou o que significa, e isso faz com que tente seguir em frente com encontros através de dating apps.
The road to recovery is not linear. It’s not straight. It’s a bumpy path, with lots of twists and turns. But you’re on the right track.
Eu sei que parece um livro bastante leve pelo que descrevi e, ao início, é mesmo assim que se vai apresentando. Porém, à medida que conhecemos Queenie e que acompanhamos todo este processo de tentar seguir em frente depois de um namoro terminado, a personagem vai desembrulhando o seu passado abusivo e vai-nos mostrando o que é ser uma mulher negra em Londres.
Before I got off the bus, I made an internal list of people who could touch my hair: 1. Me / 2. A hairdresser / 3. That's it, that's the whole list.
Adorei que temas como racismo, machismo, gordofobia, depressão e abuso fossem complementando a história da personagem de forma muito natural, às vezes subtil até, sem que pareça que a autora tentou cumprir quotas de temas importantes.
Fiquei cheia de vontade de ver a adaptação para televisão, cujo guião vai ser escrito por Candice Carty-Williams, então acredito que o resultado final seja bastante fiel. Já conheciam este livro?