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Rita da Nova

Qua | 05.04.17

Quando a vida nos troca os planos

E se um dia acordassem prontos para viajar até Dublin e acabassem em Paris? Parece irreal, mas aconteceu-me.

Eu e o Guilherme levámos um mês a planear a nossa primeira viagem de todas: íamos até Dublin, uma cidade que sempre tinha desejado conhecer. Comprámos voos, reservámos alojamento, pedimos dicas a amigos e fizemos uma lista infindável de sítios que queríamos visitar e de restaurantes a que queríamos ir. Criámos até a hashtag #guieritamemdublin (pirosos, eu sei), para mais tarde recordarmos a nossa primeira viagem.

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Sábado de manhã lá estávamos nós no aeroporto todos contentes, de malas prontas e cheios de vontade de partir. Quando espreitámos os ecrãs para ver em que porta íamos embarcar, deparámo-nos com o sempre simpático “Atraso: informações dentro de 10 minutos.” E a cada dez minutos, a mensagem continuava lá e anunciava ainda mais tempo de espera. Sentámo-nos a ler um livro, sossegados, até que o Guilherme decidiu ver se já tínhamos porta de embarque.

 

Rita - disse-me ele quando voltou - temos que ir… ali no ecrã diz que o nosso voo foi cancelado.

Deixa-te de graças e senta-te a ler - respondi eu, quase certa de que era mais uma das brincadeiras dele.

 

Mas não era. O voo tinha sido efectivamente cancelado. Não entravam nem saíam voos do Reino Unido e da Irlanda devido à tempestade Desmond (uma coisa fraquinha, que deixou 60 mil casas sem eletricidade e inundou outras 2500). Tanto planeamento de viagem e nem sequer nos lembrámos de ver o tempo naquela manhã.

Desconsolados, saímos da zona de embarque pela zona lateral da segurança e regressámos à área de check-in, prontos a pedir o reembolso do nosso voo à Ryanair. Nós e mais uma centena de pessoas, por isso ficámos algumas horas na fila. Foi durante essa espera que congeminámos um plano alternativo.

 

E se escolhêssemos outro destino? Primeiro dissémo-lo em tom de brincadeira, mas fomos percebendo que não era assim tão descabido. Já tínhamos tirado dias de férias no trabalho, já estávamos de malas prontas e, acima de tudo, já estávamos com o mindset de viagem. Então começámos a procurar voos para outros destinos, com a certeza de que dificilmente iríamos encontrar alguma coisa em conta.

 

E se fossemos a Paris? Convém enquadrar-vos: os atentados de Paris tinham acontecido há pouquíssimo tempo, por isso sentíamos alguma relutância em ir. Ainda assim, depois de alguma pesquisa, percebemos que os preços estavam todos muito mais baixos como consequência dos ataques. Arriscámos.

Depois de sermos reembolsados do voo e de conseguirmos também que não descontassem o valor da estadia em Dublin, comprámos os voos e reservámos um quarto em Paris, junto a Monmartre. O avião só partia ao final da tarde, por isso sentámo-nos calmamente a preparar a nossa primeira viagem… outra vez.

 

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Mais tarde fomos a Dublin, sim, e prometo falar-vos destes dois destinos separadamente. Mas por agora queria apenas contar-vos esta pequena história. Nem sempre as coisas correm como as planeamos, mas se olharmos bem há sempre forma de as tornar em algo ainda melhor. Deixo-vos com a segunda hashtag que criámos, mas a primeira que usámos, para poderem ver os registos desta aventura: #guieritaemparis.

 

Já estiveram numa situação semelhante? Como a resolveram?

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