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Rita da Nova

Ter | 16.05.23

Pachinko, Min Jin Lee

Há livros que nos vão aparecendo um pouco por toda a parte e sabemos que, mais tarde ou mais cedo, acabaremos por lê-los — foi assim a minha relação com Pachinko, de Min Jin Lee. Como sabia que haveria de fazer parte da minha lista de leituras, fui deixando andar até que a Joana o escolheu para o Clube do Livra-te de Abril. Quase todas as reviews que fui vendo diziam que era uma história incrível, uma verdadeira saga familiar, e isso fez com que partisse para a leitura com algumas expectativas.

 

pachinko-min-jin-lee.jpg

 

Efectivamente, neste livro acompanhamos a mesma família coreana entre 1910 e 1989, que apanha o período histórico mais conturbado entre a Coreia do Sul e o Japão. Começamos com Sunja, que engravida de homem casado, mas opta por casar com um outro homem, que lhe oferece a oportunidade de recomeçar a vida no Japão. Este acontecimento tem a capacidade de ditar o futuro, não apenas de Sunja como de todas as gerações que se seguem, já que os membros desta família crescerão fora da Coreia e com a sensação permanente de não-pertença a lugar algum.

 

You want to see a very bad man? Make an ordinary man successful beyond his imagination. Let’s see how good he is when he can do whatever he wants.

 

Esperava uma saga familiar um pouco mais condensada em certos membros da família, mas fiquei com a sensação de que a autora quis condensar demasiado espaço temporal e demasiados acontecimentos nas cerca de 500 páginas deste livro. Isto fez com que alguns momentos fossem mais explorados em detrimento de outros — e com que o ritmo do livro fosse um pouco estranho. Pachinko está dividido em três partes e eu mantenho a posição de que poderia perfeitamente ser uma trilogia, dando tempo e espaço para que cada uma destas partes fosse mais bem desenvolvida.

 

Já o li há algumas semanas e acho que é um daqueles livros que acaba por crescer em nós depois de terminarmos, mas infelizmente não conseguiu corresponder totalmente à expectativa. Ainda assim, adorei todo o contexto histórico e cultural, e acho que a envolvência está bastante bem criada — o facto de ter estado no Japão imediatamente antes de ler este livro também fez com que me sentisse mais próxima do ambiente da narrativa, ajudando-me a compreender melhor certas coisas.

 

Resumindo: é um bom livro — não perfeito — e embora não tenha sido exactamente aquilo de que eu estava à espera, pode ser uma boa leitura para quem gosta de romances históricos ou para quem quer aprender sobre as dinâmicas entre Japão e Coreia do Sul. Também ouvi dizer que a tradução para português está bastante boa, por isso podem agarrar-se a ele mesmo que não se sintam confortáveis em ler em inglês. Já leram Pachinko? Se sim, qual a vossa opinião?

 

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O que é o Clube do Livra-te?

É o clube do livro do podcast Livra-te — calma, não precisam de acompanhar o podcast para participar nas leituras. Todos os meses, cada uma de nós escolhe um livro para ler em conjunto convosco e vocês podem optar por ler a escolha da Joana, a escolha da Rita ou ambas. Depois, podem deixar a vossa opinião no grupo do Goodreads ou no Discord. Podem juntar-se a qualquer altura, venham daí!

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