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Rita da Nova

Qua | 03.07.24

Our Missing Hearts, Celeste Ng

A minha primeira experiência com Celeste Ng — através de Little Fires Everywhere (PT: Pequenos Fogos em Todo o Lado) — foi extremamente positiva, mas a opinião generalizada de que os restantes livros dela não eram assim tão bons demoveu-me sempre de ler mais. Isso fez com que a compra de Our Missing Hearts (PT: Os Nossos Corações Perdidos) só acontecesse porque o encontrei a 3€ nas oportunidades da Fnac, caso contrário acho que este livro me teria passado ao lado.

 

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O que seria uma pena, honestamente. Não posso dizer que este livro tenha mudado a minha vida, mas posso dizer que me entreteve e que a autora me manteve presa à história, sempre com vontade de saber o que aconteceria a seguir. Comecei por notar uma grande evolução na escrita da autora, senti-a mais poética, e isso agarrou-me logo desde a primeira página.

 

Why did I tell you so many stories? Because I wanted the world to make sense to you. I wanted to make sense of the world, for you. I wanted the world to make sense.

 

Our Missing Hearts apresenta-nos uma realidade distópica onde, nos Estados Unidos da América, foram passadas leis cujo objetivo é o de preservar a “cultura americana”, o que faz com que as minorias se sintam ainda mais discriminadas e tentem lutar pelos seus direitos. Numa escalada de instabilidade e violência, as autoridades começam a retirar filhos às famílias, sobretudo as de origem asiática, e a banir livros que são vistos como pouco patrióticos. Mais do que nos contar esta história centrando-se apenas no lado político e cultural, Celeste Ng vai buscar personagens que foram sujeitas a tudo isto e apresenta-nos Bird, um rapaz de 12 anos, cuja mãe, de ascendência asiática, tomou a decisão abandonar a família.

 

No fundo, como a autora já nos habituou, é um drama familiar, desta feita com traços de distopia a fazer lembrar o universo que Margaret Atwood criou em The Handmaid’s Tale (PT: A História de Uma Serva). Gostei muito da ação, do facto de Bird procurar a mãe ao longo do livro e de todas as coisas que vai revelando no processo, bem como de todas as reflexões sobre identidade e sobre a importância das histórias para a preservação da cultura. Acho uma excelente leitura para quem gosta de histórias sobre famílias e até aprecia um género menos convencional.

 

Posto isto, ganhei coragem para ler finalmente Everything I Never Told You (PT: Tudo o que Ficou por Dizer), o tal livro que desiludiu muita gente. E vocês, conhecem a autora?

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