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Rita da Nova

Qui | 06.09.18

Os livros da Rita // I Know Why the Caged Bird Sings, Maya Angelou

Eu sabia que ia ser doloroso ler o I Know Why the Caged Bird Sings da Maya Angelou. Afinal, por mais alerta que estejamos para uma série de problemas da sociedade (entre eles, obviamente, o racismo), nem sempre estamos preparados para ler relatos de quem sofreu esses problemas na pele.

 

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Este livro é a primeira de sete autobiografias e leva-nos a conhecer a história de Maya Angelou nos seus primeiros anos de vida, mais concretamente até aos 16. É curioso perceber como é a visão de uma criança que aprende a viver com o racismo, na sociedade americana dos anos 40. É uma perspectiva inocente e tão pura, que me faz pensar se não seria melhor que nos mantivéssemos crianças para toda a vida - talvez metade dos problemas não chegassem sequer a existir.

 

People were those who lived on my side of town. I didn’t like them all, or, in fact, any of them very much, but they were people. These others, the strange pale creatures that lived in their alien unlife, weren’t considered folks. They were whitefolks.

 

People in Stamps used to say that whites in our town were so prejudiced that a Negro couldn’t buy vanilla ice cream. Except on July Fourth. Other days he had to be satisfied with chocolate.

 

Só a certo ponto no livro nos apercebemos da dura realidade com que Maya Angelou lidou durante toda a vida: ela é parte da minoria das minorias. Ela é uma mulher negra que vive numa sociedade maioritariamente branca e masculina.

 

The Black female is assaulted in her tender years by all those common forces of nature at the same time that she is caught in the tripartite crossfire of masculine prejudice, white illogical hate and Black lack of power.

 

Nunca tinha lido nada da autora, apenas citações aqui e ali, mas fiquei rendida. A história que ela tem para contar é dura, feita de traumas e de sobrevivência, mas ela consegue fazê-lo com uma escrita poética e cativante.

 

Mother whispered, “See, you don’t have to think about doing the right thing. If you’re for the right thing, then you do it without thinking.”

 

Terminei o livro com a constatação de que sou uma privilegiada. É claro que a vida nem sempre são rosas, mas são histórias destas que nos mostram que nem sempre é tudo tão complicado assim, que podia ser pior.

 

Já encomendei o segundo volume desta série de autobiografias - Gather Together in My Name - porque quero continuar a conhecer mais sobre esta mulher incrível. E desse lado, quem já leu Maya Angelou? Recomendam que continue nesta série?

_________

I Know Why the Caged Bird Sings por Maya Angelou

Avaliação: 8/10

2 comentários

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    Rita da Nova

    07.09.18

    Acho que vale sobretudo a pena por essa abertura de perspectiva!
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