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Rita da Nova

Sex | 06.09.24

Os Crimes do Verão de 1985, Miguel d’Alte

Tento começar esta review e dá-me a sensação de estar mais uma vez perante uma daquelas publicações que iniciam com a ressalva de este não ser o meu género de leituras habitual. Tinha muita curiosidade em ler qualquer coisa do Miguel d’Alte, e fazia tenção de começar por O Lento Esquecimento de Ser, que está mais dentro da ficção literária, mas acabei por comprar Os Crimes do Verão de 1985 na Feira do Livro para o ter autografado e achei que fazia todo o sentido ler, mesmo sendo um policial.

 

crimes-verao-1985-miguel-dalte

 

Dando-vos um resumo desta história: Ademar Leal é um jornalista caído em desgraça. Depois de ter sido responsável por desmantelar uma rede de pedofilia, a carreira parece não ter mais por onde ir e ele acaba por depender do álcool. Decide, então, regressar a uma ilha ao largo de Lisboa, de onde é originário, para morar na casa dos falecidos pais — e é nesse contexto que se lembra de revisitar os crimes do verão de 1985. Vinte e sete anos antes, uma rapariga de 15 e duas crianças, de quem tomava conta, desapareceram numa noite de tempestade e os corpos nunca foram encontrados. Apesar de terem prendido um suposto culpado, Ademar Leal não se conforma e, com a ajuda de Elias Rufino, um documentarista interessado no caso, voltam a abrir a investigação.

 

Não vos conto mais sobre o enredo, porque tem as reviravoltas a que estamos habituados e não quero estragar a experiência de leitura a ninguém. Como disse, não leio muitos policiais ou thrillers, mas por norma é um género cujo mistério ou investigação acaba por conseguir prender-me e fazer-me querer sempre saber o que aconteceu. Ora, não foi esse o caso com Os Crimes do Verão de 1985, principalmente porque detetei alguns pormenores no enredo que tiveram o efeito oposto — lembraram-me constantemente de que estava a ler uma história inventada e não algo que poderia mesmo ter acontecido.

 

Ainda assim, gostei muito da capacidade que o autor teve de inventar uma ilha perto de Lisboa e de lhe dar vida — foi, sem dúvida, o meu aspeto favorito do livro e isso deixa-me curiosa para o ler mais dentro da ficção literária. Sinto que vou gostar muito mais e já tenho debaixo de olho tanto O Lento Esquecimento de Ser como A Origem dos Dias, o livro que vai lançar agora no final de setembro.

 

Quem desse lado já se aventurou na escrita de Miguel d’Alte?

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