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Rita da Nova

Qua | 05.08.20

O Diário de Anne Frank

Parece que ganhei o gosto às releituras, um hábito que não costumava ter. Depois de estar completamente embrenhada na saga Cemitério dos Livros Esquecidos pela segunda vez, foi a vez de voltar a pegar n’O Diário de Anne Frank. Tinha-o lido apenas quando era muito nova, devia ter uns 12 ou 13 anos, mas lembro-me o quanto me marcou e o quanto influenciou o meu amor aos livros e à escrita.

 

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Acho que não há quem não conheça o livro, mesmo que não o tenha lido. Mas, para os mais distraídos, cá vai: O Diário de Anne Frank foi transformado em livro e é originalmente o diário de uma menina judia alemã, cuja família se viu forçada a mudar-se para Amesterdão e, mais tarde, a esconder-se durante 2 anos para fugir à perseguição nazi. Ela começa a escrever no seu diário - Kitty - ainda antes de a família se esconder no edifício comercial, que partilhavam com mais quatro pessoas.

 

Se quando era pequena me identifiquei particularmente com os dilemas e os sofrimentos da pré-adolescência, nesta releitura a minha atenção foi para outros aspectos, como o facto de Anne ser muito adulta para a idade. Nota-se uma evolução enorme ao longo das páginas do diário, tanto na forma como escreve como nos temas que aborda. Foi realmente forçada a crescer e é curioso como, ao escrever o que lhe ia na cabeça e no coração, não tinha ideia que as suas palavras iam chegar a tenta gente, tantos anos depois. Lembro-me de quando ela dizia que tinha o sonho de ser escritora, mas que provavelmente ninguém iria ler os seus livros.

 

Escrever um diário é uma experiência realmente estranha para uma pessoa como eu. Não só porque nunca escrevi nada antes, mas também porque me parece que, mais tarde, nem eu nem ninguém estará interessado nos devaneios de uma rapariga de treze anos.

 

O Holocausto é uma época negra da nossa história e é interessante ver como este diário vai sendo pontuado por descrições mais ligadas à época (racionamento de comida, o medo de serem descobertos, os cuidados que tinham para não serem notados), mas também por reflexões e pensamentos que são transversais a qualquer miúda de 13-15 anos, independentemente da situação em que vive. É por isso que acho este livro tão intemporal e tão necessário ser lido - não foi escrito com autocomiseração, foi escrito com verdade.

 

Quem desse lado ainda tem este livro para ler? E quem já releu, sentiu diferenças na percepção que teve do diário? Contem-me tudo nos comentários!

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