Notes on Heartbreak, Annie Lord
Notes on Heartbreak, de Annie Lord, era um daqueles livros que eu tinha debaixo de olho há demasiado tempo — sabia que era um livro de memórias sobre sobreviver ao término de uma relação, e estava muito curiosa com a abordagem da autora. Assim sendo, e para aumentar a carga intimista desta história, decidi ouvir o audiolivro.
Começamos este relato com Annie a contar-nos como o namorado de cinco anos decidiu terminar o relacionamento, e sobre como essa decisão lhe pareceu injustificada e repentina. A partir daí, a autora regressa ao passado e conta-nos tudo sobre aquele namoro: desde os momentos iniciais, em que ambos se apaixonaram, à construção de todo um universo partilhado que depois é destruído de um momento para o outro. Annie Lord não nos conta o processo de recuperar de um coração partido de forma linear, o que eu acho que condiz muito bem com o processo em si — há avanços e recuos, momentos de dor alternados com esperança.
Progress isn't linear, though. If you plotted it onto a graph, it wouldn't be this straight line up towards happiness. It would wiggle backwards, then forwards, up and down. You might feel worse in a month from now than you did a few weeks after it happened. But that doesn't mean you're not healing. It just means that we all experience emotions at different times.
Gostei mesmo muito da experiência de ouvir este livro porque foi como se estivesse no café com uma amiga, enquanto ela me contava toda a história do seu ex-relacionamento e tudo aquilo por que passou. A parte mais interessante, diria, é o facto de todos nós conseguirmos relacionar-nos com aquilo que nos é transmitido — todos nós já tivemos o coração partido, mesmo que não se deva ao fim de um namoro. Identifiquei muitas semelhanças com o processo de luto em geral — luto de alguém, de um projeto, de uma amizade — e adorei sentir esta universalidade na forma de escrever da autora.
Penso que Notes on Heartbreak veio colmatar uma falha que andava a sentir: a de não encontrar memoirs que me prendessem e com os quais eu pudesse sentir o que aquela pessoa sentiu. Gostava muito que fosse traduzido para português, para que mais pessoas pudessem ler este testemunho tão doloroso, mas também cheio de esperança. Quem já leu, desse lado?