Muito BEY: comida libanesa no Cais do Sodré
Ontem à noite, depois do jantar que tive no Muito BEY, não conseguia deixar de pensar nas coisas boas que os meus workshops de Escrita Criativa me trouxeram. Porque vai muito para além da realização pessoal de ter um projecto só meu, que por acaso até tem corrido bem. Acho que nunca relevei isto, mas cá vai: eu sou um pequeno bicho-do-mato. Não que tenha dificuldades em saber o que fazer quando estou com pessoas, é mais o facto de nem sempre me apetecer expor-me a pessoas que não conheço.
De há uns tempos para cá decidi começar a mudar isso devagarinho. Ao início não encarei os workshops como uma maneira de trabalhar isso em mim, mas a verdade é que tem sido muito bom e tenho conhecido pessoas maravilhosas, com quem tenho vontade de estar para além do necessário. E é assim que chegamos à noite de ontem, quando um grupinho nascido de um dos meus wokshops decidiu jantar.
Escolhemos o libanês Muito BEY por dois motivos: para além de ser muito central e acessível a toda a gente, é um dos restaurantes que tem Zomato Gold. Eu já lá tinha estado uma vez e achei que tinha o ambiente ideal para este encontro. O melhor neste restaurante é sempre pedir algumas mezze (o equivalente aos petiscos do Médio Oriente) para partilhar.
Foi exactamente isso que optámos por fazer: começámos por nos entreter com o Couvert que inclui Zaatar (uma mistura tradicional de tomilho com azeite), Bezurate (mistura de frutos secos assados), Zeitune e Kabisse (azeitonas e pickles caseiros curados). A conversa foi fluindo, até ser tempo de escolher finalmente quais as mezze que queríamos.
Dentro dos pratos para partilhar, a carta divide-se entre saladas, mezze frias, mezze quentes e os Manuché (um pão quente coberto com diferentes ingredientes). Escolhemos então duas de cada. Tabulé (salada de salsa picante com tomate, cebola, especiarias libanesas e Bulgur) e a maravilhosa Fatuch (salada crocante de pimentos, pepino, romã, tomate, alface e pão caseiro tostado com molho de romã, limão e Sumac) foram as nossas escolhas de saladas.
Quanto às mezze, pedimos Hummus (pasta de grão) e Mutabal (pasta de beringela assada) para uma opção fria e o Falafel (bolinhas de grão fritas) e o Kibbé (croquetes de vaca e Bulgur, recheadas com cebola e nozes) foram a nossa escolha de petiscos quentes.
Para terminar o pedido, escolhemos dois Manuché muito diferentes: o Zaatar Jebné (coberto por uma mistura de tomilho e queijo branco libanês) e o Labné (de iogurte cremoso coado com hortelã seca). Para acompanhar e regar tudo? Muitas limonadas e conversa que nunca mais acabava - e que eu duvido que algum de nós quisesse que acabasse.
Já conheciam este ou outro restaurante libanês? O Muito BEY já se tornou um dos meus restaurantes favoritos em Lisboa, não só pelo facto de ser uma cozinha libanesa mais moderna, como pela simpatia extrema do atendimento. Se optarem por lá ir para uma refeição a dois, recomendo vivamente o menu de degustação.