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Rita da Nova

Ter | 07.08.18

Madagáscar // Parque Nacional de Masoala

Estava muito entusiasmada com a visita ao Parque Nacional de Masoala, uma floresta tropical protegida que fica numa península a este de Madagáscar. No dia em que partimos tivemos que nos levantar muito cedo porque previam que a meio da manhã o mar estivesse muito agitado, impossibilitando a viagem. É possível ir a pé de Maroantsetra até ao Parque Nacional, mas é coisa para levar três dias com acampamentos pelo meio.

 

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Optámos por ir de barco e posso dizer-vos que as previsões estavam certas. A meio da viagem, por volta das 9h da manhã, apanhámos uma pequena tempestade no mar, pelo que posso dizer que foi um percurso atribulado. Momentos antes de a tempestade começar, conseguimos avistar baleias-jubarte (humpback whales em inglês). A baía de Antongil, que atravessámos para chegar a Masoala, é o local de eleição desta espécie de baleias para terem crias. Uma espécie de maternidade de baleias de águas quentinhas, para que as baleias bebés não morram de frio.

 

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lodge L’Hippocampe do Parque Nacional de Masoala fica mesmo junto ao mar e foi o sítio em que mais gostei de ficar. Havia cinco bungalows e calhou-nos o único de tectos altos. Estavam reunidas as condições para alojarmos uma também um família de meia dúzia de morcegos, que não saiam do nosso quarto nem por nada. Mas nem isso estragou a experiência, acreditem.

 

O Masoala é o maior parque nacional de Madagáscar. Foi estabelecido em 1997 e considerado Património Mundial pela UNESCO dez anos depois. Alberga 25 espécies de primatas ameaçados no mundo e, lá, também podemos encontrar grande parte da fauna e flora existente no país inteiro. Nesta altura do ano (Julho a Setembro) é a época das orquídeas e da baunilha.

 

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Durante os quatro dias que estivemos no parque nacional fizemos cerca de 7 horas de trekking para ver lémures, camaleões e diferentes espécies de pássaros. É especialmente complicado ver lémures nesta altura do ano porque eles gostam pouco de chuva e escondem-se para se protegerem. Um dos passeios foi nocturno (lembram-se de vos ter dito que é importante levar uma lanterna?), para tentarmos avistar espécies nocturnas de animais. Vimos algumas, mas infelizmente os aye-aye não fazem parte dessa lista. Trata-se de uma espécie ameaçada de lémur noctívago, cujo nome significa literalmente “não sei” em malgaxe.

 

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Num dos dias acordámos mais cedo do que o habitual para irmos de barco até Antalavia, onde existe um antigo carril dos tempos coloniais. Foi construído pelos franceses para transportar árvores do interior do parque até ao mar, para serem posteriormente levadas para fora do país. Por causa dessa desflorestação, grande parte da floresta deste parque é secundária e não original.

 

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Tivemos ainda a oportunidade de ir conhecer uma escola primária - que é sustentada exclusivamente pelas receitas que o parque nacional faz em turismo -, de visitar as vilas de pescadores que há um pouco por toda a costa e de fazer snorkeling na baía, apesar da fraca visibilidade por estarmos em época de chuvas. Numa das noites fomos visitados por habitantes das vilas para nos mostrarem algumas danças e canções típicas de Madagáscar, muito usadas em momentos de celebração (casamentos e funerais, maioritariamente).

 

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Mas a minha parte favorita, já no regresso a Maroantsetra para a segunda parte da viagem, foi conhecer a ilha de Nosy Mangabe. Já tínhamos passado por lá de barco, mas tínhamos deixado a visita para o final. Estava tão bom tempo que conseguimos ver várias espécies de lémures sem dificuldade nenhuma (alguns até vinham ter ao acampamento onde almoçámos), descobrimos dois leaf-tailed geckos e visitámos túmulos muito bem conservados.

 

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É uma ilha pequenina, mas muito muito bonita. Fiquei mesmo apaixonada, acreditem. Era suposto ficarmos lá durante a noite, mas coincidia com a final do mundial e optámos por regressar uma noite antes a Maroantsetra. A segunda parte da lua-de-mel foi na praia, mas não foi propriamente fácil chegar lá. Mas essa história fica para um próximo post, sim?

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