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Rita da Nova

Ter | 28.03.23

Lonely Castle in the Mirror, Mizuki Tsujimura

Lonely Castle in the Mirror, de Mizuki Tsujimura, faz parte da minha lista de leituras pré-viagem ao Japão. Depois de ter visto as reviews positivas de várias pessoas em cuja opinião confio, achei que não havia como não gostar de o ler. Devo confessar que não foi amor à primeira página, mas revelo já que acabei completamente desfeita.

 

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Como sempre, comecemos pela premissa: Kokoro, uma menina que falta constantemente às aulas, vê o espelho do seu quarto a brilhar. Quando se aproxima, é “sugada” lá para dentro e descobre um castelo onde estão outras seis crianças e uma rapariga com uma máscara de lobo. Esta Queen Wolf explica-lhes que existe uma chave escondida no castelo, chave essa que abre um quarto onde apenas um deles poderá concretizar um desejo. Aquele espaço tem algumas regras: quando esse desejo se tornar real, as memórias de tudo o que se passou no castelo serão apagadas; se eles não regressarem às respectivas casas todos os dias antes das cinco da tarde, serão comidos pela Queen Wolf; e o grupo tem um ano para descobrir a chave.

 

À medida que estas sete crianças se vão conhecendo, a autora explora vários temas — principalmente o bullying e a saúde mental infantil, dois problemas muito presentes na sociedade japonesa. Estamos perante um livro com bastante realismo mágico, mas não foi isso que me demoveu ao início. Os capítulos são bastante grandes e senti que a história estava a avançar muito lentamente, pelo que fiquei com a sensação de que poderia perfeitamente ter menos 100 páginas. Comentei isso mesmo com uma amiga minha e ela disse-me: “tudo faz sentido no fim”.

 

A hypothetical reality seemed preferable to present reality, and the more she fantasized about how great it would if certain things could come true, the more reality that world seemed to take on.

 

Confiei nela e dou-vos o mesmo conselho, se este livro fizer parte da vossa lista. Não se deixem demover pelo início da história porque realmente as pontas ficam todas bem atadas e a história vai deixar-vos com o coração destruído e quentinho ao mesmo tempo. A narrativa ganha velocidade e força a partir de meio do livro e não vão conseguir largá-lo até descobrirem como é que termina. Mistura a realidade e os contos de fadas e fala da importância de não nos deixarmos engolir pela solidão.

 

Acho que não está traduzido para português, mas não posso deixar de o recomendar. Mesmo que realismo mágico não seja a vossa praia, mesmo que tenham pavor a capítulos grandes, mesmo que não costumem ler autores japoneses. Juro que vale a pena! Convenci-vos?

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