Last Summer in the City, Gianfranco Calligarich
Descobri este livro na Waterstones de Piccadilly, em Londres, por alturas da viagem literária que fiz com a Joana (e sobre a qual falámos neste episódio do Livra-te). Nunca tinha ouvido falar do livro ou do autor, mas vi que tinha um prefácio de André Aciman e que o comparavam com Call Me By Your Name — e achei a receita perfeita para um livro de Verão.
Last Summer in the City conta a história de Leo Gazarra, um homem que passa os dias entre bebedeiras e tertúlias com amigos ricos e cultos — que acabam por sustentá-lo, já que, com trinta anos, ainda não encontrou um caminho. Está constantemente entre empregos, entre relações, entre interesses. Todas as pessoas à sua volta parecem encaminhadas, com objectivos claros, mas Leo é um homem sem ambições, cujo único propósito é perder-se nas ruas de Roma.
Rome by her very nature has a particular intoxication that wipes out memory. She's not so much a city as a wild beast hidden in some secret part of you. There can be no half measures with her, either she's the love of your life or you have to leave her, because that's what the tender beast demands, to be loved. …If she's loved she'll give herself to you whichever way you want her, all you need to do is go with the flow and you'll be within reach of the happiness you deserve. You will have summer evenings glittering with lights, vibrant spring mornings, cafe tablecloths ruffled by the wind like girls’ skirts, keen winters, and endless autumns…Every now and again, someone did get the hell out.
A cidade de Roma é quase uma personagem neste livro, já que o narrador a descreve com a intensidade de quem está apaixonado. É um daqueles livros em que não interessa tanto o enredo — já que não se passa assim tanta coisa —, mas mais a escrita e as passagens que falam da cidade, bem como os diálogos que Leo vai tendo com os amigos e, sobretudo, com uma mulher que conhece no início da história. Percebo que comparem Last Summer in the City com Call Me By Your Name e também com The Great Gatsby ou The Catcher in the Rye, embora eu não tenha gostado particularmente deste último.