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Rita da Nova

Sex | 21.04.23

Japão // O que saber

É difícil começar a falar sobre a minha viagem ao Japão porque, tal como acontece quando visitamos o país, sento-me para escrever e só me vem uma palavra à cabeça: estímulos. O Japão está no outro lado do mundo e é, de facto, um mundo à parte e muito diferente da nossa realidade. Porém, antes de começar a divagar na minha experiência nas diferentes cidades por onde andei, nada como fazer um pequeno guia com algumas coisas que considero essenciais saberem antes de uma primeira ida ao Japão.

 

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Nós tivemos a grande sorte de viajar com um casal amigo que já lá tinha estado há coisa de três/quatro anos, então já íamos prontos para algumas coisas — vários ensinamentos que vos vou deixar também neste post, para que consigam ir o mais bem preparados possível. Ainda antes de explicar as coisas ponto por ponto, quero reforçar uma coisa que dissemos no episódio de Terapia de Casal desta semana: o Japão não é um país tão caro de visitar como tanta gente apregoa. É claro que os voos são caros (já falarei sobre isso), mas em geral não achámos a vida nada cara — a comida em lojas de conveniência e restaurantes é, inclusivamente, mais barata do que em Portugal e a maior parte das atracções turísticas são de entrada gratuita (ou muito irrisória).

 

Como chegar & Entrada no país

Não há como evitar: para chegarem ao Japão terão de fazer pelo menos uma escala e mais um voo enorme. Nós fomos de Lisboa para Frankfurt, e de Frankfurt para Tokyo, e este último voo durou umas belas 12 horas. Por isso, vão preparados para muito tempo sentadinhos e munidos de todo o entretenimento possível e imaginário.

 

Felizmente, quem tem passaporte português não precisa de tratar previamente de um visto turístico, mas é necessário preencher uma série de formulários à chegada. Podem fazê-lo previamente, mas também não há problema nenhum se o fizerem quando aterrarem, até porque o staff do aeroporto consegue ajudar-vos a preencher tudo como deve ser. Escusado será dizer que, uma vez que se trata do Japão, este processo acaba por ser super rápido e eficaz. Recentemente, retiraram também a necessidade de teste Covid-19 prévio, pelo que só precisam de levar convosco o vosso certificado de vacinação (com três doses completas).

 

 

Transportes & Orientação nas cidades

É nos transportes que está um dos maiores gastos de uma viagem ao Japão que inclua várias cidades — chama-se JR Pass e permite-vos viajar em quase todas as linhas de comboio JR (a empresa nacional de comboios). Existe em formato de 7, 14 e 21 dias e é um passe especial para turistas. Claro que depende do tipo de viagem que quiserem fazer, mas acaba por compensar se quiserem visitar várias cidades. O que sugiro é que simulem mais ou menos os trajectos que querem fazer, para fazer contas e decidir se vos compensa comprar um passe ou ir comprando as viagens avulso.

 

Já em cada uma das cidades, usarão certamente as linhas de metro ou os vários autocarros disponíveis, pelo que é uma questão de perceberem se também vos compensa comprar bilhetes por cada um dos trajectos ou, até, bilhetes diários. Uma coisa é certa: os transportes no Japão funcionam todos muitíssimo bem, chegam à hora prevista e raramente há contratempos ou atrasos. A melhor forma de se orientarem e de saberem exactamente a melhor forma de ir de um sítio a outro é usar o Google Maps — sei que há outras aplicações, mas nós usámos sempre esta e nunca nos perdemos!

 

 

Alojamento

Há uma série de opções no que toca a alojamento: desde hotéis comuns, passando por hotéis cápsula, por alojamentos tradicionais (Ryokan) ou Airbnb, podem encontrar um pouco de tudo. Nós ficámos sempre em hotéis comuns, à volta das três estrelas, e todos tinham boas condições e ficaram até bastante em conta. Uma coisa muito interessante é que quase todos os hotéis oferecem amenities que incluem escova e pasta de dentes, escova de cabelo, pijamas, chinelos, champô e amaciador, cotonetes, etc. Porém — e isto pode ter sido apenas a nossa experiência — os quartos em que ficámos eram muito pequenos, o que às vezes tornava a tarefa de abrir a mala um pouco inglória. De qualquer das formas, partilharei convosco os sítios que escolhemos à medida que for falando sobre as cidades.

 

 

Sobre os japoneses

Sinto que um post não é suficiente para vos falar dos japoneses, até porque sei que precisaria de regressar para contactar mais com eles e compreendê-los ainda melhor. É um povo fascinante e muito diferente de nós, com tudo o que isso tem de bom e de mau. Eles nascem formatados para viver em prol do colectivo e é por isso que a vida é organizada, mesmo quando é agitada. Claro que isso também nos levaria a toda a uma conversa sobre o facto de ignorarem o lado individual, de reprimirem emoções e sobre todas as consequências disso, mas gostei mesmo muito de contactar com a cultura japonesa (dentro daquilo que foi possível em cenário turístico).

 

Isto para dizer que podem esperar pessoas acolhedoras, que farão o que podem para vos ajudar da melhor forma. Se não souberem falar inglês, usarão o Google Tradutor; se não souberem usar o Google Tradutor, usarão gestos; se nada disso funcionar, vão em busca de alguém que consiga comunicar convosco. Tinha ouvido várias coisas acerca disto, sobretudo que era muito difícil falar com eles em inglês e que nem sempre eram muito simpáticos com turistas, mas eu achei tudo mais simples do que esperava. Por outro lado, também pode ser importante que aprendam alguns básicos de japonês (pelo menos “olá” e “obrigado”), até porque eles vão ficar felicíssimos quando vos ouvirem (a tentar) falar na língua deles.

 

 

Alimentação & Restaurantes

A comida foi, sem dúvida, uma das maiores surpresas da viagem. Eu já sabia que a gastronomia japonesa era bem mais do que aquilo a que temos acesso cá, mas não estava à espera que tudo fosse bom. Tanto podem comer num restaurante de comida tradicional, como num sítio de fast food ou comprar comida em lojas de conveniência, que certamente não se vão desiludir. Como também já disse, conseguem fazer excelentes refeições por preços bastante em conta, ou seja, mais baratos do que a média de um restaurante em Lisboa ou no Porto.

 

 

Prometo ir falando das diferentes coisas que comemos (e onde) à medida que for publicando a experiência em cada uma das cidades, mas para já só queria deixar aqui uma declaração pública de amor às lojas de conveniência japonesas. Seja o 7-11, o Lawson ou o Family Mart, têm lá tudo aquilo de que precisam para comer bem e a qualquer altura do dia. Eu vim apaixonada pelos onigiri de atum e maionese, pelo iced latte do 7-11, pelas sandes de ovo e pelo frango do Lawson (que, enfiado dentro da dita sandes de ovo, se torna ainda melhor). Pronto, agora quero chorar de saudades. 😭

 

 

Dinheiro

Também tinha ouvido que o Japão ainda funciona muito à base de dinheiro físico e que pode ser complicado pagar coisas com cartão, então ia com a expectativa de nunca conseguir fazer pagamentos com cartão, o que não se provou assim tão complicado. É certo que o Japão ainda não é um país muito digital no que toca a dinheiro, mas parecem ter melhorado um pouco com a pandemia. De qualquer das formas, sim: mais vale andarem com dinheiro porque nunca se sabe se não vão precisar dele. O ideal é terem Revolut e levantarem dinheiro nas máquinas de multibanco das lojas de conveniência, para reduzirem as taxas ao máximo.

 

 

Uma pequena lista de coisas para levar ou preparar antes de ir:

✅ Comprar um cartão eSIM, em vez de alugar um Pocket Wifi. Tenho apostado nesta solução quando vou para países fora da União Europeia e estou mesmo muito satisfeita com o serviço. Eu uso a app Airalo e recomendo muito — além do mais, podem sempre usar o meu código para terem 3$ de crédito na vossa primeira compra;

✅ Levar uma carteira para as moedas. Acreditem, vão precisar!;

✅ Ter sempre convosco uma toalhinha ou um pacote de lenços de papel. Isto porque, nas casas-de-banho públicas, é raro haver papel para secar as mãos ou, até, secadores automáticos — os japoneses andam todos com toalhas pequenas e quadradas;

✅ Ter um saquinho para ir guardando o lixo ao longo do dia. Isto porque é raro encontrar caixotes do lixo na rua e, assim, evitam andar com lixo nos bolsos;

✅ Uma app para tradução. A maioria dos smartphones tem até esta funcionalidade incluída quando apontamos a câmara fotográfica para texto, mas também ouvi falar bem da app DeepL.

 

Assim de repente não me lembro de mais informações que considero que possam ser úteis na preparação de uma viagem ao Japão, mas podem sempre deixar as vossas questões nos comentários, que eu responderei se souber! Gostaram deste primeiro post? Prontíssimos para vos levar a Tokyo no post da próxima semana?

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