I Want to Die but I Want to Eat Tteokbokki, Baek Sehee
Lembro-me de ter ficado com vontade de ler este livro por causa do título e de ter ficado ainda mais curiosa quando percebi que era um não-ficção sobre saúde mental. Quando estive em Nova Iorque, em Setembro do ano passado, andei por várias livrarias em busca dele, mas infelizmente não o encontrei e acabei por comprá-lo no Kobo. Foi ficando perdido na biblioteca até que precisei de um livro pequenino e rápido de ler para intercalar entre leituras mais pesadas e lá fui — não sem as expectativas calibradas porque já me tinham dito que eu talvez não fosse gostar assim tanto.
Em I Want to Die but I Want to Eat Tteokbokki, Baek Sehee começa por explicar que se sente constantemente insegura e ansiosa, algo que faz com que as relações que estabelece com os outros nunca se aprofundem realmente. Decide começar a ter consultas com um psiquiatra e grava o áudio dessas consultas, que depois transcreve na primeira parte deste livro — acrescentando algumas reflexões sobre os temas de cada consulta. Na segunda metade do livro, a autora publica alguns pequenos ensaios sobre a forma como vê o mundo e, honestamente, achei esta parte muito mais interessante do que as conversas com o psiquiatra.
I read something about that in a book, that emotions have something like passageways, and if you keep blocking your bad emotions, you end up blocking your good emotions as well. Your emotional tunnels become blocked.
Acho que isto significa que Baek Sehee escreve bastante bem e que eu gostaria que o livro fosse mais a escrita dela e menos uma transcrição das consultas que foi tendo. Até porque senti que estas transcrições não foram suficientemente longas ou profundas para que eu me sentisse envolvida neste processo de acompanhamento.
Fiquei com vontade de ler mais coisas da autora, sobretudo do género das pequenas crónicas que estão na segunda metade do livro. Se se interessam por temas de saúde mental, então não deixem de dar uma oportunidade a este livro, que há está traduzido para português pela Guerra & Paz, com o título Quero Morrer, mas Também Quero Comer Tteokbokki. E, agora, contem-me: já tinham ouvido falar sobre ele?