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Rita da Nova

Qui | 04.01.24

I Am, I Am, I Am, Maggie O’Farrell

Só há pouco tempo me estreei na obra de Maggie O’Farrell e a minha experiência com Hamnet, um dos livros mais aclamados da autora, não conseguiu convencer-me completamente. Estava com algum receio de ler mais coisas da autora tão cedo, ainda assim, visto que I Am, I Am, I Am (PT: Estou Viva, Estou Viva, Estou Viva) foi a escolha da Joana para o Clube do Livra-te de Dezembro, e uma vez que é um memoir, lá decidi arriscar.

 

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I Am, I Am, I Am coleciona as dezassete experiências de quase-morte da autora. Sim, não me enganei nem leram mal: dezassete. Maggie O’Farrell chama-lhe “encontros com a morte” e eu concordo que acaba por ser uma expressão mais verdadeira do que a típica “experiências de quase-morte” — isto porque nem todas as histórias acabam com a autora numa cama de hospital ou em acidentes a que sobreviveu. Aquilo que une todas estas experiências é o facto de, a certo ponto, Maggie O’Farrell se ter confrontado com a possibilidade de morrer, caso as coisas tivessem sido ligeiramente diferentes.

 

There is nothing unique or special in a near-death experience. They are not rare; everyone, I would venture, has had them, at one time or another, perhaps without even realising it. The brush of a van too close to your bicycle, the tired medic who realises that a dosage ought to be checked one final time, the driver who has drunk too much and is reluctantly persuaded to relinquish the car keys, the train missed after sleeping through an alarm, the aeroplane not caught, the virus never inhaled, the assailant never encountered, the path not taken.

 

É certo que alguns capítulos parecem mais pessoais e têm um impacto maior do que outros, mas em geral gostei bastante de conhecer um pouco mais da vida desta mulher através destes episódios que nos relata. Não me fez particular confusão que não estivessem organizados por ordem cronológica, uma vez que me deu sempre a sensação de que a escritora nos dava as informações certas no momento certo. De qualquer das formas, recomendo que vão com algum cuidado porque este livro lida com vários temas delicados, desde doenças a perda gestacional — se forem sensíveis, fica o aviso.

 

Em resumo: gostei muito de ler um livro de memórias contado de uma maneira tão original e deu-me algum fôlego e vontade de explorar outros livros dela. De qualquer das formas, tenho a sensação de que gostarei sempre mais da Maggie O’Farrell enquanto autora de não-ficção. E vocês, já leram este ou outros livros dela? Quais são os vossos favoritos?

 

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O que é o Clube do Livra-te?

É o clube do livro do podcast Livra-te — calma, não precisam de acompanhar o podcast para participar nas leituras. Todos os meses, cada uma de nós escolhe um livro para ler em conjunto convosco e vocês podem optar por ler a escolha da Joana, a escolha da Rita ou ambas. Depois, podem deixar a vossa opinião no grupo do Goodreads ou no Discord. Podem juntar-se a qualquer altura, venham daí!