Hanaya Chiado: sushi de fusão
Acho que já vos tinha dito que achava que não gostava assim tanto de sushi de fusão até experimentar restaurantes realmente bons, que sabem o que estão a fazer. Na senda que encontrar bons sítios para comer sushi de fusão, dei por mim no Hanaya Chiado. Já lá tinha passado muitas vezes à porta e nunca tinha percebido muito bem que tipo de comida se serve ali.
Por estar inserido numa zona histórica, o Hanaya Chiado não pode diferenciar-se na fachada, então apostou todas as fichas na decoração interior. Diz quem conhece o primeiro Hanaya, no Lumiar, que há elementos comuns no espaço, mas que aqui se optou por criar uma identidade própria. É sóbrio e ao mesmo tempo confortável, está numa das partes mais movimentadas da cidade e, ao mesmo tempo, consegue criar um ambiente relaxado.
Já a carta é exactamente igual ao do restaurante do Lumiar, mas como eu não o conhecia foi tudo novidade para mim. Começámos pelo ex-libris da casa - a fusão - e deliciámo-nos com um Ebi Crispy (base de arroz envolvida em furicake, maionese japonesa, camarão crocante e molho sweet chilli), com um Hot Strawberry (hosomaki de salmão e queijo creme de morango regado com molho teriyaki) e com um Ceviche de três peixes com frutas. Gostei de todas, mas a segunda foi a mais inusitada - e, por isso, a minha favorita.
Depois fizemos uma incursão pelas opções tradicionais da carta, com um Combinado de Sushi e Sashimi com todas as peças a que temos direito. Estava tudo muito bem confeccionado, mas obviamente não tão surpreendente quanto a fusão.
E foi por isso que, antes de chegarmos às sobremesas, tivemos que voltar às combinações mais inesperadas. A Tempura de Camarão de Casca Mole era muito boa, mas as melhores peças da noite foram, sem dúvida, os Gunkans. Provámos o Gunkan de Salmão e o Gunkan Tuga, com atum, ovo de codorniz e azeite de trufa. E, minha gente, acreditem: esta peça elevou o jantar a outro patamar. Foi pensada, criada e recriada até ficar perfeitamente semelhante a um bitoque. Até o pormenor das pedrinhas de sal no ovo tem, imaginem só.
Terminada esta viagem por estes sabores tão fortes e diferentes, soube bem terminar a refeição com a frescura e simplicidade dos Gelados de Matcha e Sésamo. Eu normalmente seria mais exigente com esta parte, mas confesso que foi perfeito assim.
Acho que ficou mais ou menos acordado, embora não tenha sido dito em voz alta, que haveremos de regressar para explorar ainda melhor a parte do menu dedicada à fusão, porque opções não faltam. Até lá, deixo-vos a questão: que outros sushis de fusão me aconselham?