Foster, Claire Keegan
Foi só no início deste ano que me estreei na escrita de Claire Kegan, mas soube imediatamente que quereria ler outras coisas dela — até para perceber se é sempre incrível ou se a minha primeira experiência tinha sido um caso especial. Ora, depois de ler Foster, posso dizer que estou ainda mais apaixonada.
Ainda mais pequeno do que Small Things Like These, este livro traz-nos a história de uma pequena rapariga, que é deixada pelo pai com os Kinsella, uma família de acolhimento numa área rural da Irlanda, sem saber muito bem quando ou se regressará a casa. Com o casal que a acolhe, a menina descobre um amor e um carinho que não é comum na sua família — além da pobreza em que está habituada a viver, o nascimento de vários irmãos mais novos faz com que a mãe tenha pouco tempo para lhe dedicar. Só que a convivência com o casal rapidamente revela alguns segredos sobre o passado deste homem e desta mulher — e a rapariga percebe que talvez não possa ficar com eles durante muito tempo.
I feel at such a loss for words but this is a new place, and new words are needed.
Mais do que ter um enredo super detalhado — até porque o formato acaba por estar mais próximo de um conto —, este livrinho está escrito de uma forma tão bonita, simultaneamente triste e enternecedora, que estive à beira das lágrimas várias vezes. Claire Keegan consegue materializar as emoções da personagem principal de uma forma humana, que eu dei por mim a querer abraçá-la a cada parágrafo.
Enquanto escrevia este post apercebi-me também de que Foster foi adaptado no ano passado para filme, com o título The Quiet Girl, e vou querer ver brevemente. Por enquanto, pergunto-vos: ficaram com curiosidade em ler este pequeno livro? Acho que ainda não está traduzido para português, mas como sucesso de Small Things Like These, pode ser que venha a estar num futuro próximo.