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Rita da Nova

Seg | 17.06.19

Feira do Livro // O rescaldo da edição de 2019

Mais um ano, mais uma Feira do Livro. É uma das alturas do ano em que me sinto mais feliz - o Guilherme diz que é o meu Natal ou o meu Rock in Rio e eu não tenho como discordar. À semelhança do que fiz no ano passado, voltei a estabelecer regras para comprar livros na feira. A verdade é que, apesar de haver grandes oportunidades, nem sempre compensa comprar livros lá.

 

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Para quem, como eu, não tem dificuldade em ler em inglês (e prefere), não há nada como o BookDepository. Tendo em conta que posso ir comprando livros bastante mais baratos ao longo do ano, estas foram as minhas três regras de ouro para a Feira do Livro de 2019:

 

1. Comprar apenas Livros do Dia. Sei que estou farta de vos falar desta iniciativa, mas cá vai: todos os anos, no site da feira, podem encontrar uma lista de todos os livros que as editoras escolhem para, a cada dia, terem um desconto superior ao preço de feira. Eu começo sempre por escrutinar esta lista e fazer um resumo de tudo o que quero comprar - isso resulta num “plano de ataque” com os dias em que vou visitar a feira e o que vou trazer;

 

2. Escolher maioritariamente autores portugueses. Lá está: quem não se importa de ler em inglês e sente que há algumas coisas que se perdem com as traduções, a Feira do Livro serve essencialmente para conseguir livros de autores portugueses bastante mais baratos;

 

3. Só comprar livros de autores estrangeiros em casos muito pontuais. Ou seja: se o preço compensar face àquilo que consigo encontrar no BookDepository e/ou se eu souber que vai ser mais difícil ler em inglês. Por mais facilidade que tenha, há livros cujo inglês é bastante complicado de apanhar ou que se lêem melhor em português.

 

Sem mais demoras, aqui ficam as minhas compras deste ano:

 

 

Campo de Sangue, Dulce Maria Cardoso (18,90€ 13,20€)

 

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Sinopse:

O homem não sabe como gastar os dias. Alguém o avisa de que o tempo é um material perigoso nas mãos de quem não o sabe usar. A mulher propõe-se comprar o amor do marido que abandonou. Afirma que tudo tem um preço, apesar de nunca ter pensado que o preço pode ser o da traição. A mãe garante que não tem culpa de ter gerado um assassino, ninguém tem mão no futuro. Tem o coração tão adormecido que nem a dor e a vergonha são capazes de o acordar. A dona da pensão quer salvar o negócio a todo o custo, pelo que não se importa de perder a alma. Só a televisão lhe valerá e por ela dará graças. Uma grávida com cabelos louros de menina e sandálias de cabedal não quis o filho que, alheio à sua vontade, se completa, segundo a segundo, na sua barriga. Dela se diz que não tem capacidade para distinguir o bem do mal. As crianças procuram tesouros nas paredes dum prédio que se esboroa. Os velhos roubam flores para as venderem no passeio ao fim da tarde. A cidade, uma teia de olhos e passos, apanha quem nela cai. E o mar sempre tão perto. A beleza pode ser um pretexto para se enlouquecer. A beleza e a solidão. Mas é o desespero que faz acreditar que se pode roubar o coração de quem se ama.

 

 

Nem todas as baleias voam, Afonso Cruz (16,90€ 10,19€)

 

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Sinopse:

Em plena Guerra Fria, a CIA engendrou um plano, baptizado Jazz Ambassadors, para cativar a juventude de Leste para a causa americana. É neste pano de fundo que conhecemos Erik Gould, pianista exímio, apaixonado, capaz de visualizar sons e de pintar retratos nas teclas do piano. A música está-lhe tão entranhada no corpo como o amor pela única mulher da sua vida, que desapareceu de um dia para o outro. Será o filho de ambos, Tristan, cansado de procurar a mãe entre as páginas de um atlas, que encontrará dentro de uma caixa de sapatos um caminho para recuperar a alegria. 

 

 

Vozes de Chernobyl, Svetlana Alexievich (17,69€ 14,15€)

 

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Sinopse:

Vozes de Chernobyl é a mais aclamada obra de Svetlana Alexievich, Premio Nobel de Literatura 2015, tida como o seu trabalho mais duro e impactante.

A 26 de abril de 1986, Chernobyl foi palco do pior desastre nuclear de sempre. As autoridades soviéticas esconderam a gravidade dos factos da população e da comunidade internacional, e tentaram controlar os danos enviando milhares de homens mal equipados e impreparados para o vórtice radioativo em que se transformara a região. O acidente acabou por contaminar quase três quartos da Europa.

Numa prosa pungente e desarmante, Svetlana Alexievich dá voz a centenas de pessoas que viveram a tragédia: desde cidadãos comuns, bombeiros e médicos, que sentiram na pele as violentas consequências do desastre, até as forças do regime soviético que tentaram esconder o ocorrido. Os testemunhos, resultantes de mais de 500 entrevistas realizadas pela autora, são apresentados através de monólogos tecidos entre si com notável sensibilidade, apesar da disparidade e dos fortes contrastes que separam estas vozes.

 

 

Eliete, Dulce Maria Cardoso (18,90€ 13,20€)

 

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Sinopse:

Eliete é um romance construído em torno da protagonista homónima, e é o seu mundo que Dulce Maria Cardoso apresenta agora aos leitores. Estar a meio da vida é como estar a meio de uma ponte suspensa, qualquer brisa a balança. A vida da Eliete vai a meio e, como se isso não bastasse, aproxima-se um vendaval. 

Mas este é ainda o tempo que será recordado como sendo já terrivelmente estranho, apesar de ninguém dar conta disso. Porque tudo parece normal. Deus está ausente ou em trabalhos clandestinos. De tempos a tempos, a Pátria acorda em erupções festivas, mas lá se vai diluindo. E a Família?

 

 

Moby Dick, Herman Melville (30€ 18€)

 

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Sinopse:

Moby-Dick, obra prima de Melville, o mais experimental dos romances, é a história de um louco e da sua vingança. Depois de ter sido mutilado por uma baleia, o capitão Ahab procura vingar-se. A baleia é Moby Dick, um ser gigantesco, o terror dos baleeiros. Pequod é o navio, em que Ahab instala um poder tirânico com o único propósito de abater o monstro dos mares, objecto de toda a sua raiva. Melville leva-nos por uma viagem inolvidável, uma rota orientada pelo desespero, a loucura e a crueldade. Este livro é hubris pura: conflito, confronto, ressentimento e ódio. É a aventura e o romance convertidos em mito. Um dos livros mais importantes jamais escritos. Entre as tábuas do Pequod, concentra-se toda a humanidade. A beleza e a tragédia do ser humano, cercado por um impiedoso oceano e dominado pelo turbilhão de uma vingança sem sentido. A luta do homem contra o homem, a luta do homem contra a natureza. No fim, a inevitável derrota. Um livro para ler e reler, que inclui ainda um ensaio de D.H. Lawrence sobre Moby-Dick.

 

Nota: com a compra deste livro, a editora ofereceu Os Lusíadas, de Luís Vaz de Camões. Um clássico que sabe sempre bem reler e ter na estante.

 

 

A Piada Infinita, David Foster Wallace (27,70€ 13,85€)

 

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Sinopse:

Uma comédia colossal, brilhante, sobre a procura da felicidade e todos os males do nosso tempo. A obra-prima de David Foster Wallace.

 

 

Resumindo e baralhando, comprei estes seis livros por 82,59€ em vez de 130,09. Tal como aconteceu no ano passado, tentei ser comedida e acabei por comprar apenas seis livros. Pode parecer muito, mas os booklovers não me vão contradizer se eu disser que é preciso mesmo muita força de vontade para não trazer todos os livros e mais alguns. Mais do que qualquer outra coisa, adoro o ambiente da feira e passear por lá. Este ano até tivemos o encontro de Junho d’Uma Dúzia de Livros por lá, o que vai fazer com que me recorde desta edição ainda com mais carinho.

 

Agora vá, quero conhecer as vossas compras deste ano e os vossos truques para aproveitar a feira ao máximo!

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