Dividimos a Conta // Helena Coelho no Madame Petisca
Apanhei a Helena no seu dia de refeição livre - “fora do foco”, como ela diz - e levei-a a jantar ao Madame Petisca, bem pertinho do miradouro do Adamastor. Por isso, tentámos escolher os petiscos mais saudáveis da carta e acho que fomos bem sucedidas. E falámos bastante do que é realmente ter uma alimentação saudável e do quão necessário é encontrar um ponto de equilíbrio entre o que é saudável para o corpo e o que faz bem à mente.
Desde que começou a namorar com o Paulo, que é PT de profissão, ficou mais consciente do que é uma alimentação saudável e aplica-a no dia-a-dia. “Isso não é tão limitador quanto as pessoas pensam porque nós temos a nossa refeição livre, temos semanas em que não temos restrições, quando vamos de férias não há limitações. Portanto, acho que somos equilibrados.”
Identifiquei-me muito com a postura em viagem e, como podem calcular, a conversa resvalou logo para aí. Falámos de destinos que nos impressionaram do ponto de vista gastronómico e NYC foi um deles. “Em Nova Iorque comi mal, no sentido em que sabia tudo bem, mas era muito fast food”, conta. Outra viagem gastronómica interessante que partilhamos é Itália - onde, segundo a Helena, é impossível comer uma má pizza ou uma má massa.
Foram chegando os primeiros petiscos: o Ceviche de Salmão com Côco e o Tataki de Atum com Geleia da Madame foram os primeiros que provámos e, honestamente, nenhuma de nós conseguiu decidir qual o melhor. Entre dentadas, eu não podia perder a oportunidade de pedir conselhos de beleza à Helena. Mas vocês conhecem-me, tudo tem a ver com comida e foi mesmo essa a pergunta que lhe fiz: que alimentos ajudam a uma pele e cabelo mais bonitos? “A alimentação é o fundo da questão para uma pele e cabelo cuidados, mas o que resulta comigo é beber muita água e comer comida real e verdadeira, à base de muitos legumes.”
A comida verdadeira é algo que traz muitas memórias à Helena, que se mudou de Viseu para Lisboa há 8 anos. “Em Viseu facilmente comes muita coisa orgânica e biológica porque toda a gente tem quintal ou tem um familiar que produz alguma coisa. As frutas e legumes têm um sabor diferente. E ir ao talho da minha rua em Viseu é mil vezes melhor do que ir a qualquer talho do meu bairro aqui em Lisboa”, confessa.
Não foi apenas da qualidade da comida que sentiu falta ao início, a ausência da comida da mãe também fez muita diferença. Talvez por isso uma última refeição nesta vida tivesse que ser comida em Viseu, em casa da mãe. Quanto ao menu, também seria simples de escolher: “Por muito que a minha cabeça pense em sushi, o meu lado emocional diz-me que a entrada seriam uns ovinhos que a minha mãe costuma fazer, parecidos com ovos verdes. Para almoço, uma coisa muito simples: queria a massa com vitela estufada da minha mãe - é aquele sabor que é a minha mãe. E para sobremesa era leite creme, dela também. Tudo dela!”
Se um regresso a Viseu implica sempre um menu escolhido a dedo por ela e pelo irmão, em Lisboa opta por conhecer novos restaurantes. Não vai assim tantas vezes, mas quando vai é para desfrutar ao máximo da experiência. “Basta abrir o Instagram para perceber logo o sítio que está a dar e que nos deixa logo com vontade de conhecer” - diz, e acrescenta: “Se eu pesquisar no Google, acabo sempre a pesquisa no Instagram, a ver as fotos tiradas pelas pessoas, o aspecto da comida e do sítio.” Para ela, o facto de um espaço ser “instagramável” tem logo bastante impacto na escolha, mas isso não significa que deixe de ir a tascas e restaurantes mais tradicionais.
Enquanto desfrutamos de uma Salada de Legumes Grelhados com Bulgur e do petisco daquela semana - Rabo de Boi Estufado com Banana-pão Frita -, continuámos a falar de restaurantes lisboetas e a Helena contou-me da grande paixão que tem pelo K.O.B by Olivier. “Se quero festejar, vou lá. Se estou muito triste e quero animar-me, vou lá. Se lá fores e comeres o puré de trufas vais dizer: isto é mesmo a Helena.”
Portanto já sabem, para conhecerem a Helena podem fazer uma de duas coisas: ou ir experimentar a comida e o ambiente do K.O.B, ou acompanhá-la através do Instagram e do Youtube. Se a quiserem conhecer mesmo, mesmo bem, é fazer as duas.
Isto ou aquilo?
1. Refeição favorita? Pequeno-almoço.
2. Cozinhar ou comer fora? Comer fora.
3. Um restaurante de sempre? K.O.B by Olivier.
4. Uma moda gastronómica de que até gostas? Trufa.
5. Algo que cozinhas especialmente bem? Bacalhau com broa.
6. Uma alergia? Cafeína (alergia) e lactose (intolerância).
7. Chá ou café? Chá.
8. Uma comida do mundo? Tailandesa.
9. Um restaurante que querias que se mantivesse segredo? K.O.B by Olivier.
10. Dividir a conta ou cada um paga o que comeu? Dividir a conta.
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Este post faz parte da rubrica Dividimos a Conta. Todos os meses convido uma pessoa para almoçar ou jantar fora em restaurantes Zomato Gold, para conversarmos sobre a sua relação com a comida. O que gosta, o que não gosta, o que aprendeu a gostar, mas manias, as receitas de família… enfim, o que surgir.
[Todas as fotografias deste post são da autoria da Margarida Pestana.]