Desafio 1+3 // Black is my happy colour
A mania de me vestir de preto começou demasiado cedo. Em miúda nunca deixei que me pusessem ganchos no cabelo, que me calçassem sapatos desconfortáveis ou que me obrigassem a usar cores berrantes. Hoje em dia continuo assim: gosto pouco de roupas que me apertem e sinto-me sempre mais confortável com peças pretas.
Raros são os dias em que não uso pelo menos uma peça de roupa preta e não podia concordar mais com a Morticia Adams: black is such a happy colour. O que gosto mais no preto não é o facto de ser elegante e ficar sempre bem, mas sim a ideia de que - tecnicamente - o preto não ser uma cor. Um objecto preto absorve todas as cores visíveis e não reflecte nenhuma. Ainda assim, é capaz de reflectir luz. No fundo, é um bocadinho como a atitude que devemos ter quando enfrentamos um novo dia: tentar absorver ao máximo, sem deixar de devolver luz e coisas boas.
Uma peça de roupa preta não significa uma alma negra, pelo contrário. As peças de roupa preta têm nelas todas as memórias dos dias em que as vesti. Há a camisola de malha largueirona que me acompanha aos fins-de-semana, a camisa que gosto de usar às segundas de manhã, o vestido curto que me faz parecer um bocadinho mais velha quando é preciso.
E mesmo que me digam que parece que estou sempre pronta para um funeral, eu não me importo - se calhar estou mesmo. Porque, com as minhas peças de roupa preta, sinto-me de facto preparada para qualquer coisa.
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Este post insere-se no Desafio 1+3, lançado pela Carolina do blog Thirteen. A ideia é falarmos de nós mesmos, sempre com um olhar crítico sobre as nossas atitudes, crenças e gostos. Todos podemos participar e não há regras ou datas fixas. Cada um escreve quando e sobre os temas que quiser, dentro daqueles que forem sendo lançados pela Carolina. Juntam-se a nós? Basta enviarem um e-mail à Carolina para participar!