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Rita da Nova

Sex | 05.07.24

Clytemnestra, Costanza Casati

Depois de uma fase em que reduzi a leitura de reinterpretações mitológicas, para não correr o risco de os confundir todos na minha cabeça, tenho vindo a perceber que ler um destes livros por mês é um excelente equilíbrio. Assim sendo, escolhi Clytemnestra (PT: Clitemnestra) de Costanza Casati, para ser a minha leitura mitológica de junho. Confesso que não conhecia a autora e que comprei o livro por impulso por causa da capa, mas depois li várias reviews que falavam bem da forma como a história estava desenvolvida, pelo que parti motivada para a leitura.

 

clytemnestra-costanza-casati

 

Clytemnestra centra-se na figura mitológica com o mesmo nome, que foi uma das irmãs de Helena. É habitual que todos os relatos da Guerra de Tróia andem em torno dos principais heróis e da própria Helena, mas Costanza Casati decidiu dar destaque a uma mulher cuja história combina heroísmo, amor e tragédia. Onde Helena era delicada, Clytemnestra era corajosa — e é nesta dinâmica de duas irmãs, de opostos que se complementam, que começamos a entrar neste livro. A partir daí, revivemos acontecimentos mais ou menos conhecidos através de uma perspetiva diferente, em que Clytemnestra tem de tomar várias decisões enquanto rainha. Só conhecia esta figura por ter lido Elektra, de Jennifer Saint, onde apenas a sua faceta mais controversa vem ao de cima — foi bom, por isso, conhecer os seus outros lados.

 

As for queens, they are either hated or forgotten. She already knows which option suits her better. Let her be hated forever.

 

À semelhança do que já tinha sentido com Atalanta, de que vos falei recentemente, adorei ler a história de uma figura menos conhecida da mitologia. O desenvolvimento de personagens está extremamente bem feito e gostei que a autora se demorasse a criar as relações entre elas, forjadas tanto pelas dinâmicas políticas como por pequenos conflitos mais pequenos e familiares.

 

Costanza Casati junta-se, assim, ao conjunto de escritoras que pretendem dar voz a mulheres que foram sendo esquecidas. A prova disso é que o seu mais recente livro, Babylonia, conta a história de Semiramis, a única mulher governante do Império Império Assírio. Quero muito ler! Até lá, contem-me: já conheciam esta autora? Que outros retellings me recomendariam?

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