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Rita da Nova

Qui | 27.05.21

Bunny, Mona Awad

O que é que eu acabei de ler, minha gente? O que é que eu acabei de ler? Vou ser honesta: não sei bem. Já terminei o Bunny, de Mona Awad, há uns dias e ainda não sei bem o que achei – se gostei, se adorei ou se detestei. Acho que foi uma mistura de todas estas coisas e nem sei bem se isto faz sentido. 

 

bunny-mona-awad.jpg

 

Começando pela premissa, para vos situar: Samantha é a nossa protagonista, uma espécie de outsider num programa de escrita do Mestrado em Artes – um curso super selectivo e elitista, em que ela se sente sempre deslocada. Samantha vive em contraste absoluto com um grupo de quatro raparigas que chamam “bunny” umas às outras, mas as coisas começam a mudar quando este grupo a convida para participar numa espécie de workshop a que chamam "Smut Salon”. Quando a protagonista começa a conviver com este grupo, coisas estranhas acontecem e o seu lado de outsider vai-se esvaindo. 

 

They have been talking about me, that’s obvious. Their cheeks are plump and pink and shining like they’ve been eating too much sugar, but actually its Gossip Glow, the flushed look that comes from throwing another woman under the bus. 

 

Não quero contar-vos exactamente o que acontece porque estraga a vossa leitura, mas se pudesse resumir um livro numa palavra seria “fritaria”. Dei muitas vezes por mim a perguntar-me se tinha realmente percebido o que tinha acabado de acontecer. No fundo, posso dizer assim: este livro era o que aconteceria se Mean Girls, The Secret History e Frankenstein tivessem um filho. Confuso? Eu sei. 

 

Petting each other absently while they discussed the weekly reading. Suddenly erupting with laughter at an inside joke, a laughter in which I never participate because I was never in on the joke, which they never explained because they were too busy laughing. 

 

De qualquer das formas, adorei a escrita. Mona Awad escreve demasiado bem, mesmo que nos faça ponderar se estamos no campo da realidade ou da imaginação. Gostei muito da forma como descreveu a ideia de se ser um outsider, como é que quem está de fora observa os alunos que são mais populares. Claro que depois entra ali toda uma parte de realismo mágico que, para mim, já é mais uma espécie de surrealismo e, honestamente, nem sempre me cativou. 

 

Não pensem que eu fui ao engano, tinha até lido bastantes reviews a dizer que este livro chegava a ser bizarro, daí a minha curiosidade em lê-lo. Voltaria a fazê-lo, mais que não seja pela escrita da autora. Estive à procura e acho que ainda não está editado em português, mas vamos lá a saber: quem ficou com curiosidade em ler?

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