Body Grammar, Jules Ohman
Lembro-me do dia em que comprei este livro, simplesmente porque gostei da capa e do título. Estava numa Barnes & Noble em busca de novos livros e este piscou-me logo o olho. Depois trouxe-o comigo e só o li passado quase um ano, mas o que interessa é que li e que, mesmo não tendo mudado a minha vida, foi uma experiência positiva.
Body Grammar é o primeiro (e único) livro de Jules Ohman e conta a história de Lou, uma adolescente que começa a ser interpelada por agentes de modelos, que a acham perfeita para começar uma carreira no mundo da moda, embora ela prefira fotografar a ser fotografada. Depois de um acontecimento grave no seu grupo de amigos, Lou sente que precisa que a sua vida tome algum rumo e acaba por aceitar iniciar uma carreira como modelo — muda-se de Portland para Nova Iorque e deixa para trás Ivy, a sua melhor amiga por quem está apaixonada.
É um daqueles livros em que há mais desenvolvimento de personagem do que propriamente enredo, pelo que vamos acompanhando Lou no seu início de carreira por Nova Iorque e por outras cidades fora dos Estados Unidos, enquanto, no fundo, continua em busca de um propósito e de um sentido nas coisas que faz. Gostei muito das reflexões sobre como, sobretudo para as mulheres, a identidade está muito dependente da nossa imagem corporal — e gostei que a personagem principal fosse uma pessoa andrógena, já que me deu uma perspectiva diferente da minha.
And how miraculous: that you could hand something that felt so heavy over to someone else and they would take it; that to them, it was so light, compared to whatever they were carrying, it was practically nothing.
Body Grammar aborda muitos outros temas dos dias de hoje, como a saúde mental e a representação LGBTQ+, pelo que diria que, se vos apetecer uma leitura bastante actual, este livro é um forte candidato. Lê-se bastante bem, contudo, quando cheguei ao fim do livro fiquei com a sensação de que lhe faltou qualquer coisa ou, agora que penso nisso, de que terminou com uma positividade que é pouco própria da geração que representa. De qualquer das formas, foi uma experiência bastante agradável e que recomendo, mas alerto para o facto de ainda não estar traduzido para português.
Deixei-vos com curiosidade acerca deste livro? Contem-me tudo nos comentários.