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Rita da Nova

Qui | 28.01.21

Big Magic, Elizabeth Gilbert

O Big Magic, de Elizabeth Gilbert, é um daqueles livros que me acompanha há imenso tempo – e que, inclusivamente, já recomendei a imensa gente –, mas que nunca tinha lido na íntegra. Comprei-o quando dava Workshops de Escrita Criativa porque sabia que a abordagem que a autora de Eat, Pray, Love tem à criatividade é bastante semelhante à minha em alguns pontos. 

 

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É um livro de não-ficção, sim, mas a autora povoa-o com experiências pessoais, o que lhe dá um toque de “história” (de que eu sinto que falta a alguns livros deste género). A base de Big Magic é que viver uma vida criativa pode significar uma coisa positiva e não necessariamente uma vida de mártir e sofrimento – algo em que, muitas vezes, somos forçados a acreditar. Aliás, eu mesma costumava achar que tinha que estar triste para conseguir escrever bem, mas mudei muito a minha perspectiva de há uns anos para cá. Se não nos levarmos tão a sério (outra coisa que a autora propõe), conseguimos divertir-nos muito mais durante o processo. 

 

Recognizing that people's reactions don't belong to you is the only sane way to create. If people enjoy what you've created, terrific. If people ignore what you've created, too bad. If people misunderstand what you've created, don't sweat it. And what if people absolutely hate what you've created? What if people attack you with savage vitriol, and insult your intelligence, and malign your motives, and drag your good name through the mud? Just smile sweetly and suggest - as politely as you possibly can - that they go make their own fucking art. Then stubbornly continue making yours.

 

Elizabeth Gilbert propõe, assim, uma atitude muito mais positiva em relação à criatividade e a fazermos espaço para sermos criativos no nosso dia-a-dia. E apesar de concordar, sinto que usa muitas páginas do livro a reforçar essa ideia, esquecendo-se de dar tanto palco a outro aspecto que considero ser ainda mais importante – o do trabalho constante. Ser criativo está ao alcance de cada um, acredito plenamente nisso, mas não podemos ficar sentados à espera que a inspiração divina apareça. É preciso trabalhar constantemente: praticar, aprender, consumir a arte que estamos a querer criar. 

 

A autora tem também essa perspectiva, mas senti que poderia ter sido muito mais explorada no livro. De qualquer das formas, Big Magic é um bom manual de criatividade, faz-nos querer ser mesmo mais abertos e positivos em relação àquilo que queremos criar e, acima de tudo, faz-nos ter vontade de arregaçar as mangas e fazê-lo. Por isso, para mim, cumpriu o objectivo. 

 

Se estão numa fase em que duvidam das vossas capacidades, da vossa criatividade e vontade de levar um projecto para a frente, então talvez precisem mesmo de Big Magic nas vossas vidas. E mesmo que não estejam em nenhuma dessas situações, é um daqueles livros que se lê muito bem se quiserem só estar entretidos. Há por aí fãs da autora e/ou deste livro em concreto? Admito que foi o primeiro livro que li dela, nem sequer o bestseller Eat, Pray, Love passou por estas mãozinhas! 

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