Before the Coffee Gets Cold, Toshikazu Kawaguchi
Tenho mesmo que vos contar a história de como este livro veio parar cá a casa. Algures aqui no blog, provavelmente num post sobre as nossas leituras do Uma Dúzia de Livros, a Carla disse-me que queria ler o Before the Coffee Gets Cold, de Toshikazu Kawaguchi. Respondi quase imediatamente, porque também estava na minha lista e pedi-lhe que, depois, me dissesse o que tinha achado. Passado um bocado, recebo um e-mail da Carla, a dizer que, devido a algumas trocas e baldrocas com o BookDepository, tinha duas cópias e gostava de me enviar uma.
O livro chegou precisamente num dia em que eu não estava em Lisboa, mas assim que regressei da nossa semana de férias em Grândola, no início de Abril, fui logo buscá-lo aos correios. Esteve algum tempo pousado em cima da estante grande da sala, à espera de ser o próximo, por isso não resisti e fiz dele a minha leitura do fim-de-semana passado.
Estava cheia de expectativas em relação ao livro, até porque tinha visto muito hype por aí, e talvez por isso não tenha correspondido à experiência de que estava à espera. Gostei de o ler, mas não mudou a minha vida e nem sei se me vou lembrar assim tanto dele daqui a uns tempos; será que isto faz sentido? Before the Coffee Gets Cold conta a história de um café, Funiculi Funicula, onde as pessoas podem viajar no tempo. Os visitantes café têm uma única oportunidade de ir ao passado ou ao futuro, mas há uma série de regras que devem cumprir. A mais importante é que têm que beber o café antes que fique frio, para garantirem que regressam ao presente em segurança. Para além disso, é-lhes sempre dito que nada do que façam nessa viagem no tempo altera a maneira como as coisas estão a acontecer no presente, pelo que muitas pessoas acabam por não achar relevante visitar outro momento.
When in the presence of someone with whom you have a bond, and to whom you have entrusted your feelings, it is hard to lie and get away with it. The truth just wants to come flowing out. This is especially the case when you are trying to hide your sadness or vulnerability. It is much easier to conceal sadness from a stranger, or from someone you don't trust.
O livro está dividido em quatro partes, contando quatro histórias diferentes que se interligam porque as personagens acabam por se cruzar todas no café. A premissa e a forma como o livro está estruturado são muito interessantes, mas a escrita de Toshikazu Kawaguchi não me cativou. É que o autor tem um vasto currículo como dramaturgo, inclusivamente criou este livro como adaptação de uma peça de teatro, então acaba por ser demasiado explicativo – quase como se se tivesse esquecido que não estava a escrever para teatro.
Resumindo, não é um mau livro, mas a meu ver não merece todo o hype que foi tendo nos últimos tempos. Deixo uma última nota às editoras deste mundo: se vão pôr um gato na capa de um livro, então, por favor, garantam que há gatos na história. Caso contrário, é publicidade enganosa e vão desapontar todos os leitores que também são cat people (e são muitos, garanto).
Já leram este livro ou a sequela? O que acharam? Confesso que não fiquei com muita vontade de lhe pegar, parece-me que vai ser mais do mesmo. Estou certa ou devia dar uma oportunidade?