As melhores séries de 2022
Acho que todos os anos começo este post da mesma forma: não vi tantas séries quanto gostaria, mas quando é hora de dividir o meu tempo entre séries e livros, os últimos têm sempre prioridade. Na realidade, o facto de ter começado a trabalhar por conta própria e de o fazer maioritariamente em casa ajudou a que pudesse dedicar mais tempo às séries — já reservava a hora de almoço e a hora de jantar, mas agora posso fazê-lo mais vezes sem ter a preocupação de “ter de voltar ao trabalho”.
Assim, acho que em 2022 acabei por assistir a mais séries do que nos anos anteriores e, acima de tudo, foquei-me naquelas de que iria certamente gostar. As que vos apresento foram as minhas favoritas, apresentadas sem qualquer ordem em particular:
1. Atlanta
Acho que não se fala o suficiente desta série, que se reinventa a cada nova temporada. Chegou ao fim este ano, com muita pena minha, mas reconheço que soube terminar bastante bem. Fica melhor a cada temporada que passa: é cada vez mais satírica, mais crítica e tem ali uns laivos de surrealismo que eu aprecio muito.
2. House of the Dragon
Não dá para falar das séries de 2022 sem referir a prequela de Game of Thrones, que condensa todas as coisas boas deste universo. Acho que estávamos todos com as expectativas bem em baixo depois do final de Game of Thrones — e eu não gostava particularmente da Casa Targaryen —, mas diverti-me muito com esta série e aguardo ansiosamente pela segunda temporada.
3. Gilmore Girls
Sim, só agora, deixem-me. Comecei a ver no Outono do ano passado e ainda não terminei porque é a série que vejo quando o Guilherme não está em casa. É a minha série de conforto, quero ser a Lorelai e mudar-me para Stars Hollow.
4. Severance
Foi, sem dúvida, a série que mais me prendeu este ano — e só a vi agora em Dezembro. Acho que é a melhor crítica ao mundo laboral e corporativo que vi até hoje. A premissa é óptima: existe uma empresa em que os trabalhadores aceitam colocar um chip no cérebro para conseguirem separar o “eu” do trabalho do “eu” da vida pessoal — assim, as suas memórias são completamente separadas e não interferem umas com as outras. Imaginem que The Office tinha um filho com The Handmaid’s Tale e aí têm Severance.
5. The White Lotus
Vi as duas temporadas este ano e, mais houvesse, mais eu veria. Não comecei muito convencida, mas a meio da primeira já estava totalmente agarrada. O conceito da série é bastante interessante: as temporadas passam-se num Resort White Lotus, onde há uma morte suspeita. É uma série de comédia negra, mas acaba por falar bastante sobre a natureza humana e as dinâmicas das relações entre pessoas.
6. Moon Knight
É certo que o universo Marvel pode parecer sempre a mesma coisa ou pode parecer que “são só super heróis”, mas Moon Knight foi uma das melhores coisas que vi este ano. A personagem do Moon Knight é super interessante, traz bastante mitologia egípcia para cima da mesa e abre a discussão para questões de saúde mental. Bem sei que parece uma baralhada — e que pode custar a entrar —, mas prometo que é óptimo.
7. Stranger Things
Eu estava progressivamente mais desencantada com Stranger Things até que esta última temporada me fez apaixonar-me novamente pela série. Está um pouco mais adulta e negra do que as anteriores, mas começa a juntar as pecinhas do puzzle para chegarmos à próxima (e última) temporada da série. Tem um bom vilão e os criadores começam a ter coragem de tomar decisões importantes para a série, mas difíceis para as personagens de quem tanto gostamos.
8. Conversations with Friends
Não, não é tão boa quanto a adaptação de Normal People, mas vocês sabem que eu aproveito todas as oportunidades de contactar com a escrita e as histórias de Sally Rooney. Conversations with Friends é o meu livro favorito da autora e embora a série tenha sido uma seca para a maioria das pessoas, eu gostei bastante. Fiquei cheia de vontade de reler o livro, o que só pode ser bom sinal.
9. The Bear
Um Chef de cozinha habituado a trabalhar em restaurantes Michelin regressa a casa para tomar conta do restaurante de bairro do irmão, que se suicidou. Esta é a premissa da série, mas não faz jus à obra de arte que é. O ritmo consegue reproduzir muito bem como é trabalhar numa cozinha profissional — e a fotografia da série é maravilhosa.
10. Sandman
À partida não seria o tipo de série de que eu gostaria, mas dei uma hipótese e gostei mesmo muito. O Deus dos Sonhos, Morpheus, regressa depois de décadas aprisionado e começa a reconstruir o seu domínio. Parece uma coisa básica de fantasia, mas tem o lado sombrio próprio do criador da série, Neil Gaiman. Embora não me tenha despertado interesse de ler as bandas desenhadas, deu-me certamente muita vontade de ler livros do autor.
Que séries destacariam este ano? Viram algumas das que referi? Quais não posso perder em 2023? Se vos interessar, podem sempre rever as séries de que mais gostei em 2021 e 2020.