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Rita da Nova

Ter | 26.02.19

Argentina // Buenos Aires

Buenos Aires seria uma primeira paragem obrigatória nesta nossa viagem pela Patagónia argentina, sobretudo pela curiosidade que tínhamos em conhecer a cidade. Depois de um voo de 12h a partir de Madrid, chegámos à capital argentina numa manhã de sábado e ficámos logo impressionados com a sua dimensão.

 

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Mas não é apenas o facto de ser uma cidade muito grande que impressiona em Buenos Aires. Numa das tours grátis que fizemos pela cidade, contaram-nos que entre 1880 e 1920, quando o país atravessava uma situação de prosperidade, o Governo decidiu que era altura de eliminar completamente o passado indígena. Para tal, demoliram toda a cidade e construíram aquilo que consideravam ser o ideal de civilização - inspirado em cidades como Paris e Roma. Um dos objectivos era também atrair europeus que quisessem abandonar os seus países na altura da I Guerra Mundial.

 

É por isso que Buenos Aires parece várias cidades diferentes e nos dá a sensação de estarmos na Europa e não na América do Sul. Mesmo os argentinos são todos muito diferentes uns dos outros e têm influências muito diferentes na língua, na gastronomia e na cultura.

 

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Quem me acompanha no Instagram sabe trago mixed feelings desta passagem por Buenos Aires: apanhei uma insolação que me pôs logo doente (estava mesmo muito calor quando chegámos) e, no último dia pela cidade, roubaram-me o telemóvel. Isto não significa que seja uma cidade insegura ou violenta, quer apenas dizer que é preciso ter mesmo muito cuidado com os telemóveis e máquinas fotográficas na rua.

 

E para vos mostrar que Buenos Aires é uma cidade que vale mesmo a pena conhecer, hoje deixo-vos os sítios ou coisas que mais gostei de conhecer nos quatro dias em que estivemos por lá:

 

 

1. O Mercado e a Feria de San Telmo

O bairro de San Telmo é uma zona imperdível aos domingos. As ruas enchem-se de banquinhas que dão origem à conhecida Feria de San Telmo, onde podem comprar tudo e mais alguma coisa. O ambiente é muito sul-americano, as pessoas falam alto na rua, cantam, riem, dançam. Há galerias de arte por todo o lado! No dia em que passeámos pela Feria havia inclusivamente uma manifestação dos feirantes, contra algumas medidas do Governo que querem impedir a venda na rua.

 

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Não podem perder uma ida ao Mercado de San Telmo, onde há uma série de bancas de comida com um aspecto delicioso. Ainda era muito cedo para almoçar, mas como fã de comida que sou não podia deixar de ir lá dar um olho.

 

 

2. O bairro de Palermo

De toda a cidade de Buenos Aires, Palermo foi o sítio em que me imaginei logo a morar. É um bairro mais pequeno e boémio, cheio de restaurantes, bares e lojas bonitas, sem perder uma vibe muito bairrista e acolhedora. E claro que ajuda ter sítios lindos como a livraria Libros del Passaje, que me fez logo querer largar tudo e abrir um negócio semelhante.

 

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Uma das coisas mais divertidas e incríveis que podem fazer nesta zona da cidade é ir até ao Hipódromo de Palermo e apostar nas corridas de cavalos. Há corridas de hora a hora e podem ir às boxes conhecer os cavalos antes de cada partida. Não que isso vos ajude a ganhar, pelo menos connosco fez sempre o efeito contrário e acabámos a apostar sempre nos que ficaram em último lugar!

 

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Outro local imperdível é o Jardín Japonés, criado para celebrar a relação de amizade entre a Argentina e o Japão. Paga-se um valor simbólico para entrar e é como se tivéssemos sido transportados automaticamente para a outra ponta do mundo.

 

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3. Conhecer a Recoleta e El Retiro

A par de Palermo, são os bairros mais periféricos da cidade e, também por isso, aqueles em que moram as famílias mais abastadas. É comum ver palácios e edifícios enormes, que antes albergavam famílias ricas e, agora, deram lugar a embaixadas e ministérios. Vão notar uma grande diferença relativamente aos bairros mais tradicionais, como San Telmo e La Boca, mas não deixa de ser curioso que haja tanta diversidade numa só cidade.

 

É também aqui que fica uma das livrarias mais bonitas que alguma vez vi na vida: El Ateneo Grand Splendid. Ocupa o espaço de um antigo teatro, com livros a forrar todas as paredes. É linda, linda, linda.

 

Nós tivemos a sorte de conhecer melhor estes bairros através de uma tour grátis, onde nos explicaram um bocadinho melhor a história desta área. Depois disso, visitámos dois locais que considero imperdíveis: o lindíssimo Cemitério de Recoleta, onde podem visitar os túmulos dos Péron, e o Centro Cultural de Recoleta, que tem exposições de arte contemporânea e muitas actividades a acontecer.

 

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4. La Boca

É possível que relacionem logo o nome deste bairro com o clube de futebol Boca Juniores e, de facto, tem tudo a ver. O estádio desta equipa está estrategicamente posicionado à entrada da zona mais colorida de Buenos Aires. Eu diria até que é a parte mais sul-americana de toda a cidade, com murais coloridos nas paredes e muita confusão na rua. Nós ainda tivemos a sorte de visitar esta zona num dia de jogo, por isso a animação estava ao rubro: pessoas na rua a dançar, churrascos no meio da estrada e muitas gargalhadas. Mas não se deixem encantar demasiado: La Boca é uma das partes menos seguras da cidade, por isso tenham atenção redobrada aos vossos pertences.

 

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5. Puerto Madero

Por estar bem perto do hotel em que ficámos a dormir, Puerto Madero foi a primeira parte da cidade que conhecemos. Fomos bem ao final do dia, quando esta zona portuária ganha os tons dourados do pôr-do-sol. Não é nada que nunca tivéssemos visto noutras partes do mundo, mas gostei especialmente de conhecer o Parque Mujeres Argentinas, com um monumento às mulheres.

 

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Acho que assim já conseguem ficar com um quadro geral da diversidade que existe nesta cidade, a todos os níveis. Depois destes dias pela capital, partimos para El Calafate e El Chaltén, mas sobre a nossa chegada à Patagónia falo-vos com mais detalhe depois. Para já, contem-me: ficaram com questões sobre Buenos Aires?

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