A Traveler at the Gates of Wisdom, John Boyne
Mal vi que o John Boyne ia lançar um novo livro - e depois de ter amado The Heart’s Invisible Furies - marquei logo na wishlist do Kobo para ler. Confesso que fui um bocadinho ao engano e ainda muito enebriada pela história maravilhosa que tinha lido dele. Não me interpretem mal: este A Traveler at the Gates of Widsom não é um mau livro, só não tem nada a ver com o que eu estava à espera.
A premissa do livro é muito original e interessante: a história de um protagonista sem nome é contada do início ao fim, mas a cada capítulo estamos num ano e num local diferente. Ou seja, a história vai avançando ao longo dos séculos, mas é sempre a mesma narrativa central - só mudam alguns pormenores. Sei que parece confuso e nos primeiros dois ou três capítulos é um nó no cérebro, mas depois é fácil de seguir a lógica.
Em resumo, é a história de um homem que passa a vida à procura de outro para se vingar de algo que ele lhe fez. Ao acompanharmos 2000 anos de humanidade, percebemos que algumas histórias são mesmo universais - esta, em concreto, faria sentido em qualquer uma das épocas que são retratadas no livro. Gostei muito que os nomes das personagens e as suas profissões fossem mudando consoante a época e o local de cada capítulo, mantendo ainda assim o centro da história. Sei que isto parece tudo muito confuso, mas prometo que não é assim tanto!
What fascinated me the most, however, were the stars. It thrilled me to lie outside when the sun had set, staring up at the constellations in the night sky, drawing imaginary lines between each shining instant and wondering who, if anyone, might live within those bright patterns. In my dreams, I floated among them, a traveller in the darkness, looking down at the world from an orbit that I was still too young to comprehend.
John Boyne é um escritor super competente, que consegue transformar um romance épico em algo que se lê muito facilmente (já o tinha sentido em The Heart’s Invisible Furies). Contudo, neste livro em particular, senti que a fórmula se repete muito, tornando a leitura um pouco cansativa. Acho que são muitos capítulos e muitos anos diferentes, quando seria possível passar a mesma mensagem com menos - senti que alguns deles não acrescentavam grande coisa.
Para quem segue o trabalho do autor mais atentamente, saibam que há alguns crossovers de personagens de outros livros neste. Eu só detectei a Maude Avery de The Heart’s Invisible Furies, mas vi depois no Goodreads que há uma série de outros! São fãs de John Boyne? Se sim, tenho a certeza de que vão gostar desta leitura. Se não acompanham tanto o autor, eu sugiro que lhe dêem uma oportunidade.