The Bone Season, Samantha Shannon
A minha amiga Fi (🫰) tanto falou — e tão bem — de The Bone Season, da Samantha Shannon, que eu tive de ir perceber porque é que ela ama tanto esta série de livros. Já tinha lido um livro da autora, The Priory of the Orange Tree (PT: O Priorado da Laranjeira), pelo que não fui completamente às cegas para esta leitura, mas posso dizer que fiquei bem mais impressionada com este universo fantástico que ela criou.

É que em The Bone Season estamos perante um sistema de magia bastante diferente daqueles que são mais falados por aí, cheios de dragões e criaturas fantásticas. Samantha Shannon leva-nos até à Londres de 2059, a um futuro relativamente próximo, mas com traços distópicos. A República de Scion domina a Europa, e Londres não é exceção.
É neste contexto de regime opressor que conhecemos Paige Mahoney, a nossa protagonista, que faz parte de um grupo muito especial de pessoas — os clarividentes. Por terem capacidades sobrenaturais, estas pessoas são perseguidas e punidas pela lei, pelo que, no início da história, temos uma Paige a tentar passar o mais despercebida possível, até ao dia em que é capturada e levada para Oxford, onde existe uma prisão para «pessoas como ela».
Knowledge is dangerous. Once you know something, you can't get rid of it. You have to carry it. Always.
É a partir daí que vamos entrando mais e mais neste mundo construído por Samantha Shannon, um mundo cheio de sociedades secretas, traições e dinâmicas de poder. Gostei muito que o livro começasse logo cheio de ação e com coisas a acontecer, que não houvesse um tempo interminável em que é só a protagonista a perceber que tem poderes sobrenaturais ou que é especial/a escolhida (quando o leitor já lá chegou há muito tempo). Por outro lado, começar logo assim também me leva para a coisa de que menos gostei no livro, ou pelo menos que estranhei mais: foi preciso algum tempo de habituação, até porque o sistema de magia e as regras deste mundo vão sendo explicadas aos poucos. Isto para dizer que me senti um bocadinho perdida ao início, mas acho que é normal — e prometo que melhora à medida que vamos entrando na narrativa.
De qualquer das formas, The Bone Season serviu claramente para eu entender que este é o tipo de fantasia que melhor funciona para mim — vou querer continuar a explorar mais este tipo de histórias no futuro, passando pelo resto da saga, mas não só. Por falar nisso, que recomendações dentro deste género têm para partilhar comigo?