APESAR DO SANGUE é o meu terceiro livro!
E começo já por dizer que é, à data, a minha coisa favorita que alguma vez escrevi. Não querendo aumentar as vossas expectativas em relação a esta história, não estaria a ser justa comigo mesma se não admitisse que estou mesmo muito orgulhosa de Apesar do Sangue e da maneira como construí esta história.
Tudo começou ainda durante o processo de edição de Quando os Rios se Cruzam: numa noite perto do Natal de 2023, contaram-me uma pequena história que serviu de embrião a esta, bem maior e em quase tudo ficcionada. O ponto de partida foi um relato sobre um homem que fora padrasto de uma criança, com quem construiu uma relação incrível, e com quem gostaria de ter mantido contacto depois de o casamento acabar. O enredo fervilhava na minha cabeça, mas sabia que precisava de me concentrar na tarefa e nos prazos que tinha em mãos — acabar o meu segundo romance.
Uns meses mais tarde, delineei os primeiros esboços da narrativa. Percebi que queria que fosse, pela primeira vez, uma história com múltiplos pontos de vista. Comecei a colar post-its com diferentes cores na parede: quem deveria contar o quê? Quantas personagens deviam ter voz? E depois: os acontecimentos surgiriam por ordem cronológica ou fazia sentido andarmos para trás e para a frente no tempo? Escrever Apesar do Sangue foi como montar um puzzle, e isso divertiu-me imensamente. Sinto que me desafiei muito, e de forma muito positiva, para contar esta história.


Deixo-vos a sinopse, caso ainda não se tenham cruzado com ela:
«Ninguém sabe o que custa conquistar uma criança que desistiu do mundo até ter de o fazer.»
Glória está a envelhecer. Na tomada de consciência de que o fim pode estar para breve, é no neto que recaem todas as suas preocupações: se ela desaparecer, quem vai cuidar dele? Quem vai tomar conta de Pedro, o rapaz que todos escolheram abandonar?
Rita da Nova está de volta com um romance em que os relatos dos vários protagonistas se entrelaçam para contar uma história repleta de feridas profundas.
Com uma narrativa delicada e carregada de sensibilidade, a autora transporta-nos num enredo não linear em que todas as personagens principais têm direito a fazer-se ouvir: Glória, a avó que aguenta todas as tempestades da família. Helena, a mãe que abandona o filho. Eduardo, o padrasto que já não o é, mas que nunca esqueceu a criança de quem cuidou um dia. E Pedro, claro, Pedro, o elo que os une: o rapaz que todos rejeitaram, que ninguém soube amar sem prazo e que, em breve, pode precisar desesperadamente de uma nova oportunidade.
Apesar do Sangue chegou ontem às livrarias de todo o país e começou também a chegar às casas de quem o encomendou durante o período de pré-venda. Fico deste lado a aguardar o vosso feedback, e espero que gostem desta história!
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As fotografias que acompanham este post foram, mais uma vez, resultado do trabalho feito em conjunto com a Mafalda Beirão (direcção criativa e produção), a Márcia Soares (fotografia) e a Daisy Marques, da equipa da Raquel Batalha (maquilhagem). Esta tríade perfeita consegue sempre transformar as minhas ideias em imaginários visuais incríveis.