May All Your Skies Be Blue, Fíona Scarlett
Fíona Scarlett foi uma das minhas melhores descobertas do ano passado. Fiquei rendida à sua escrita e à maneira como cria narrativas emocionais quando li Boys Don’t Cry, o seu romance de estreia. Devo admitir que tinha algum receio de ficar desiludida com um segundo livro da autora, mas abracei o lançamento de May All Your Skies Be Blue com muito entusiasmo — spoiler alert: foi tudo o que eu esperava, e mais!
Estamos de volta a um ambiente irlandês e, desta vez, vamos andando entre duas linhas temporais diferentes. Nos capítulos do presente, acompanhamos um dia típico de Shauna no cabeleireiro que herdou da mãe. À medida que o dia avança, e as marcações na agenda acontecem, percebemos quem é esta jovem mulher. Já nos capítulos que se passam nos anos 1990, Fíona Scarlett mostra-nos como é que Shauna e Dean se conhecem quando ela, criança, se muda para o bairro onde Dean mora. Há qualquer coisa que os une assim que trocam olhares, e essa ligação só se vai aprofundando com o tempo. Mas será que é suficientemente forte para resistir aos obstáculos que a vida lhes vai pôr à frente?
Adorei, adorei, adorei a maneira como a autora desenvolveu a relação entre estas duas personagens. Foi absolutamente credível e real, e, por isso mesmo, lindíssima. Aliás, diria que esta verosimilhança com a realidade é o principal ponto positivo de May All Your Skies Be Blue: embora seja uma história pontuada por momentos tristes, poderia acontecer com qualquer pessoa. Como acredito que este é um daqueles livros em que vale a pena não saber grande coisa antes de ler, termino dizendo que, assim que acabei de o ouvir, soube que queria experimentar ler. Só para verem o quão investida estava na vida destas personagens (e não só das principais).
Diria que fãs de Normal People (PT: Pessoas Normais) vão gostar muito deste livro, sobretudo pela relação entre Shauna e Dean. E lanço aqui o desafio às editoras portuguesas: para quando os livros de Fíona Scarlett traduzidos? Por favor, nunca vos pedi nada.