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Rita da Nova

Qui | 09.01.25

The Ministry of Time, Kaliane Bradley

É raro escolher ler ficção científica, mas admito que tenho um fascínio por histórias com viagens no tempo. Por isso, quando a Joana escolheu The Ministry of Time (PT: O Ministério do Tempo) para o Clube do Livra-te de dezembro, fiquei motivada para ver a forma como a história iria ser contada. Tinha algumas expectativas para este livro, visto fazer parte das recomendações de Obama, mas posso desde já adiantar que não foram totalmente correspondidas.

 

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A narrativa leva-nos para uma Londres de um futuro próximo, onde uma funcionária pública — a nossa narradora — começa a trabalhar num ministério recente, num projeto secreto. O Governo está a reunir aquilo a que chamam de expatriados, que vêm de épocas históricas mais antigas, para tentarem perceber os efeitos que as viagens no tempo podem ter. A narradora começa a servir de ponte entre o expatriado que lhe calha — o comandante Graham Gore — e o mundo moderno. A esta ideia de base, bastante interessante, adiciona-se a inevitabilidade de estas duas personagens desenvolverem uma relação amorosa, já que passam muito tempo juntos.

 

Forgiveness, which takes you back to the person you were and lets you reset them. Hope, which exists in a future in which you are new. Forgiveness and hope are miracles. They let you change your life. They are time-travel.

 

Gostei bastante da premissa e dos capítulos iniciais, em que Graham tem de se adaptar a uma realidade muito diferente da sua. Achei, aliás, que esse era o ponte forte do livro, aliado a um humor britânico que faz com que seja muito interessante acompanhar os primeiros tempos deste homem junto da narradora. Porém, pareceu-me uma narrativa demasiado ambiciosa para a execução que depois teve. O que é que eu quero dizer com isto? Que cheguei ao final do livro sem respostas para aspetos que tinham de ser fechados — por exemplo, terminei de ler sem compreender como é que funcionam estas viagens no tempo e sem ser capaz de ligar vários pontos narrativos que desapareceram tão depressa quanto apareceram.

 

Não tive qualquer problema com a escrita da autora, apesar de por vezes ser demasiado rebuscada sem sentido, mas a parte do romance não me convenceu de modo algum. Não há química entre as personagens, só uma obsessão nada saudável da narradora com o expatriado de quem toma conta — isso faz com que as cenas amorosas me tenham feito arrepiar (no mau sentido). Em geral, é uma leitura OK: não é perfeita, mas também não é péssima, e aborda alguns temas interessantes, nomeadamente colonialismo e racismo.

 

Também participaram na leitura conjunta de The Ministry of Time ou tiveram oportunidade de o ler noutra altura? Se sim, o que acharam?

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O que é o Clube do Livra-te?

É o clube do livro do podcast Livra-te — calma, não precisam de acompanhar o podcast para participar nas leituras. Todos os meses, cada uma de nós escolhe um livro para ler em conjunto convosco e vocês podem optar por ler a escolha da Joana, a escolha da Rita ou ambas. Depois, podem deixar a vossa opinião no grupo do Goodreads ou no Discord. Podem juntar-se a qualquer altura, venham daí!