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Rita da Nova

Qui | 21.11.24

Graveyard Shift, M. L. Rio

O meu entusiasmo para ler Graveyard Shift, de M. L. Rio, foi diminuindo à medida que falava com algumas pessoas ou lia reviews um pouco por toda a Internet. Comprei-o de forma mais ou menos impulsiva porque foi publicado quando eu estava em Nova Iorque, então decidi trazê-lo como um dos souvenirs da viagem, e talvez não tivesse comprado o livro físico se tivesse esperado um pouco para saber opiniões.

 

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É importante começar por dizer que Graveyard Shift é uma novela que não chega às 150 páginas. Quando partimos para leituras neste formato, das duas, uma: ou a história cabe de facto nesse espaço mais curto e fica fechada, ou o final é demasiado aberto e ficam muitas questões por responder. Infelizmente, neste caso, estamos perante a segunda opção. Digo “infelizmente” porque fiquei bastante envolvida na história e gostaria de ter ficado um pouco mais com aquelas personagens, de ter visto a narrativa a desenvolver-se com um pouco mais de calma, que houvesse mais conflito e obstáculos.

 

Gostei muito da premissa: cinco pessoas, de lugares diferentes da vida, reúnem-se todas as noites no cemitério antigo de uma universidade. Tendo trabalhos mais noturnos — há um empregado de um bar, uma rececionista de hotel, uma condutora de TVDE, uma espécie de administrador da igreja e a editora do jornal universitário —, estas pessoas acabam a gravitar para junto uma das outras, sempre com vontade de partilhar histórias. Até que, numa certa noite de outubro, encontram um buraco escavado no cemitério onde não é suposto haver uma campa. No decurso dessa mesma noite, estes cinco protagonistas vão tentar compreender o que se passou, utilizando para tal as capacidades específicas de cada um.

 

Tinha tudo para ser um romance com uma história bem mais desenvolvida, mas lendo a nota da autora compreendi que M. L. Rio quis mesmo escrevê-la num formato mais curto, mesmo que isso signifique que os leitores vão terminar a leitura com a sensação de que soube a pouco. Do meu lado, acalento a esperança de que, uma dia destes, ela queira pegar novamente neste livro e dar-lhe mais profundidade — tenho a certeza de que o faria bastante bem, pela experiência que tive com If We Were Villains (PT: Como Se Fôssemos Vilões).

 

Quem desse lado já leu alguma coisa da autora? O que acharam?