The Priory of the Orange Tree, Samantha Shannon
Pois é, parece que de vez em quando surge por aqui uma ou outra review de livros de fantasia. Desta feita venho falar-vos de The Priory of the Orange Tree (PT: O Priorado da Laranjeira), de Samantha Shannon, uma leitura que é completamente fora da minha zona de conforto e que, talvez por isso, tenha acabado por ter tido tanto impacto em mim.
Estamos perante um mundo completamente inventado, mas com alguns elementos que normalmente associamos ao género fantástico — dragões, alquimia, magia, entre outros — e vamos desbravando este universo através de duas linhas narrativas principais. Há a de Tané, que treinou para ser cavaleira de dragões desde criança, mas que acaba por tomar uma decisão que pode pôr tudo em causa; e há a de Ead, que vive disfarçada como dama de companhia da Rainha Sabran, da House Berethnet, para a proteger.
That one day, you will forgive yourself. You are in the spring of your life, child, and have much to learn about this world. Do not deny yourself the privilege of living.
Não contando mais sobre o enredo em si, até porque é bastante complexo e envolve diferentes narradores originários das quatro coordenadas do mapa, posso dizer que precisei de ler esta história com calma, caso contrário (pelo menos no início) sabia que iria sentir-me perdida. The Priory of the Orange Tree obrigou-me a ler de forma mais ponderada e consciente do que acontece com outros géneros literários, e só por isso já valeu a pena. Gostei de ir descobrindo mais sobre estas personagens, de ir percebendo as regras do universo criado pela autora.
Por falar nisso, acho que a construção é o ponto forte do livro: embora às vezes se perca um pouco de ritmo para se ganhar profundidade, a verdade é que tudo me soou coeso e muito interessante. Nota-se que foi pensado ao pormenor e que tudo se conjuga para nos transportar para lá. Também gostei muito das personagens, mas acho que, por ter lido com mais ponderação e racionalidade, acabei por não me envolver emocionalmente com a história — não sei se isto faz sentido.
De um modo geral posso afirmar que foi uma experiência bastante positiva e que me vejo a ler mais livros deste género de quando em vez. Que recomendações têm para mim?