Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Rita da Nova

Ter | 27.08.24

The Wren, the Wren, Anne Enright

Conheci The Wren, the Wren, de Ann Enright, porque acompanho o Women’s Prize for Fiction e vi que este livro tinha feito parte da lista de nomeados. Lembro-me de, na altura, ter pensado que tinha tudo que ver comigo, mas por qualquer motivo nunca mais me lembrei dele. Contudo, vi-o com um grande desconto na plataforma Audible e, sendo curtinho, decidi experimentar ouvi-lo.

 

the-wren-the-wren-anne-enright

 

Começamos por acompanhar Nell, de vinte e dois anos, que vive fascinada pelo avô poeta que nunca conheceu. E depois passamos para o ponto de vista da mãe, Carmel, que conhece partes desse homem que a filha nunca conhecerá. Lá está: quando li a premissa e percebi a forma como a história me seria apresentada, tive a sensação de que iria gostar. E, de certa forma, pelo menos no início, senti uma grande conexão com a escrita e o sarcasmo de Ann Enright.

 

We don't walk down the same street as the person walking beside us. All we can do is tell the other person what we see. We can point at things and try to name them. If we do this well, our friend can look at the world in a new way. We can meet.

 

Porém, ao longo da leitura em formato áudio, sinto que fui perdendo partes da magia desta história. O facto de a narrativa ir alternando entre perspectivas e mulheres da família faz com que seja muito mais complicado de acompanhar nesse formato — e nesse sentido, talvez parte da culpa de não ter funcionado comigo seja minha por ter escolhido um tipo de leitura que acaba por não jogar bem com o enredo. Fico com a sensação de que a escrita de Ann Enright vive de uma prosa feita de detalhes, e que é uma daquelas autoras para ler devagar, para voltar atrás e apreciar a beleza dos pormenores. Isso é mais complicado de fazer num audiolivro, pelo que tenho a certeza de que quererei reler este livro em formato físico ou e-book.

 

Ainda assim, parece-me uma excelente recomendação de leitura para quem gosta de dramas familiares e de histórias onde o trauma geracional está no centro do enredo e da vida das personagens. Quem desse lado já leu esta autora? Se sim, que outros títulos me recomendariam?