The Poppy War, R. F. Kuang
Embora The Poppy War (PT: A Guerra das Papoilas) tenha sido o primeiro livro publicado de R. F. Kuang, não foi a minha primeira experiência com a autora. Este volume inicia uma trilogia de fantasia e, não sendo a minha praia em termos de género literário, decidi deixar para quando já tivesse algum conhecimento e alguma ligação à autora — e aproveitei que R. F. Kuang vinha a Portugal para o tirar finalmente da minha lista de livros para ler.
The Poppy War é um livro de fantasia militar inspirado na história chinesa e nos conflitos entre China e Japão, pelo que senti que precisei de algum tempo até entrar completamente na narrativa: tive de me habituar ao mundo que a autora criou, bem como ao sistema de magia que suporta todo o enredo. Acredito que seja um processo mais natural para quem já lê mais fantasia, mas deixo o alerta na mesma. Rin é a nossa protagonista, uma jovem que, contra todas as expectativas, consegue a proeza de entrar em Sinegard, uma escola militar de elite em Nikan. Sinegard nem sempre é um local agradável: Rin é desde logo discriminada por ser mulher, pobre, órfã, e pela cor da sua pele — contudo, com as ajudas certas, compreende que tem um dom e que as suas capacidades se provarão essenciais para uma guerra que poderá estar prestes a começar.
Children ceased to be children when you put a sword in their hands. When you taught them to fight a war, then you armed them and put them on the front lines, they were not children anymore. They were soldiers.
Em geral, e apesar de ao início me ter sentido um pouco perdida, gostei bastante desta leitura e fui gostando cada vez mais à medida que avançava. A minha principal dificuldade com a leitura teve que ver com o ritmo da história, tive de me recordar constantemente de que é uma trilogia — ou seja, é normal que a construção de todo o universo e da própria história leve mais tempo. Embora a Rin seja uma personagem difícil de gostar, achei que estava bem construída e fiquei agradavelmente surpreendida com todo o elenco de personagens secundárias.
É preciso dizer que a minha opinião sobre este livro ficou atenuada quando percebi que foi escrito quando Kuang tinha apenas 19 anos. Acho importante ter essa noção, sobretudo se já leram os seus trabalhos mais recentes, porque justifica algumas coisas que não estão tão bem feitas aqui, que melhoraram bastante com o tempo e que acredito que melhorem também ao longo da trilogia.
Posto isto, sei que vou querer terminar esta aventura — só ainda não sei se é para já. Há por aí fãs de R. F. Kuang ou de fantasia em geral? Se sim, têm recomendações para mim?