Autobiografia Não Autorizada 2, Dulce Maria Cardoso
Há algum tempo que não lia nada de Dulce Maria Cardoso, embora este livro já estivesse no meu planeamento de leituras desde Abril. Ainda assim, quando chegava a altura de lhe pegar, perdia a vontade de ler crónicas e passava-o para o mês seguinte. Mas acabou finalmente essa coisa de empurrar Autobiografia Não Autorizada 2 para a frente: está terminado e, como sempre, gostei muito de ler a autora.
Eu já tinha lido o primeiro volume desta Autobiografia Não Autorizada, o nome da coluna que Dulce Maria Cardoso tem na revista Visão, e ainda hoje penso em algumas dos textos que li porque me ficaram muito bem guardados na memória. Neste segundo livro continuamos a encontrar esta auto-ficção da autora, onde histórias verdadeiras se misturam com coisas inventadas, e isso é um lado muito interessante de ler as crónicas desta escritora. Se, por um lado, sentimos que a conhecemos melhor enquanto possível, por outro também nos questionamos constantemente até que ponto é que aquilo que estamos a ler é um reflexo da realidade.
Neste segundo volume mantém-se a sensibilidade e o olhar de Dulce Maria Cardoso, mas senti que, ao contrário do primeiro, aqui se notava muito mais a época em que os textos foram escritos. Se os do primeiro livro eram mais intemporais, estes têm muito mais presente a marca dos tempos recentes, como os acontecimentos da pandemia, pós-pandemia, etc. Nesse sentido, parece-me uma coletânea com contornos mais nostálgicos, mais pesados, embora com a qualidade de sempre.
É oficial: de Dulce Maria Cardoso já só tenho Tudo São Histórias de Amor, uma coletânea de contos, para ler. Costumam ler esta autora? Se sim, quais são os vosso favoritos?