The Perfect Find, Tia Williams
Se acompanham o Livra-te, então é provável que saibam o teor da opinião que vos trago sobre The Perfect Find (PT: O Achado Perfeito), de Tia Williams. Começo por avisar que é possível que me escape uma ou outra coisa sobre a história, e que algumas dessas coisas podem ser consideradas spoilers, mas não há bem forma de dizer o que achei sem isso — ou seja: a partir deste ponto, vão com cautela.
Ainda antes de falar especificamente sobre este livro, tenho de recordar que até gostei bastante de ler Seven Days in June (PT: Sete Dias em Junho), da mesma autora, pelo que já estava mais ou menos familiarizada com a escrita dela. Esperava que a experiência com The Perfect Find fosse mais ou menos semelhante, mas compreendi logo às primeiras páginas que não seria. A premissa é simples: Jenna é uma ex-editora de moda a quem tudo está a correr mal. Separada do noivo, e sem trabalho, a única solução que encontra é aceitar a proposta de trabalho numa publicação online gerida por Darcy, uma ex-colega e inimiga.
Na casa dos quarenta, Jenna tem dificuldade em adaptar-se a uma publicação digital, mas é-lhe bastante fácil aproximar-se de Eric, o videógrafo com quem faz uma espécie de dupla de trabalho. Sim, já perceberam onde é que isto vai dar: não só Eric é vinte anos mais novo, como calha ser filho de Darcy — a receita ideal para dar asneira. Ainda assim, os dois começam uma relação às escondidas, que poderá pôr tudo em risco.
Ora bem, a ideia de se abordar uma relação com diferença de idades até poderia ser interessante, mas isso seria se Tia Williams não carregasse no teor sexual da relação como se não houvesse amanhã. Ou seja, em vez de mostrar que uma relação destas é tão válida quanto outras, abordando a dinâmica entre personagens, a autora achou por bem que Jenna e Eric se comportassem como coelhos, sem qualquer autocontrolo, e que aproveitassem todos os contextos e mais alguns para se enrolarem. Para não falar da quantidade de coisas absurdas que são ditas durante o ato, como o momento em que Eric menciona que, se tivesse mononucleose, bastava-lhe fazer sexo oral a Jenna para ficar curado. Podia estar aqui o dia todo a mencionar todas as parvoíces que li neste livro, mas não vale a pena.
Eu já estava a odiar o livro e a forma como toda esta história se desenrola, mas a gota de água foi o final — tão novelesco, tão mal construído, tão apressado, tão estúpido… enfim, só terminei na base da raiva e por respeito à Joana, visto que esta foi a escolha dela para o Clube do Livra-te de maio. Mas agora que passei pelo sofrimento de o ler, deixem-me aconselhar-vos: há milhares de coisas bem mais interessantes do que esta para ler, nomeadamente o folheto do supermercado.
Posto isto, quem entrou neste barco também? Sobreviveram? Contem-me tudo nos comentários!
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